Por Janaina Maria de Almeida, Roberta Heluey e Sabrina Passos
Lar comunitário Santa Maria
Foto: Roberta Heluey
As temidas rugas no fundo são sinônimo de sabedoria e experiência. Elas, e os cabelos branqueados são expressão de tempo na mais bela das artes, viver.
No lar Santa Maria que fica atrás da igreja São Pedro, linda e charmosa assim como a cidade histórica de Mariana MG onde se localiza, estão nossos idosos. Pessoas, com linhas nos rostos, data no RG que revela mais de 60 anos e alguns com registro de aposentados pelo INSS. Ali estão, porque, as mão que um dia executaram trabalhos com destreza, hoje, estão tremulas os corpos já não são tão joviais e resistentes como antes, apesar da disposição as marcas do tempo são perceptíveis. Ainda assim, a maioria dos sorrisos e olhares se apresenta brilhantes e com um turbilhão de sentimentos. Infelizmente a velhice nem sempre é bem vinda e há aqueles que têm um grito de lamentação sem resposta, no olhar.
Foto: Roberta Heluey
Entre tantos senhores e senhoras está Dona Maria José de Jesus, muito simpática com um sorriso gostoso e lindo que chega a ser contagiante, o segredo, uma fé que parece gritar dos seus olhos. Batizada em uma igreja evangélica, trabalhou com muita alegria e força a vida toda como gari, perdeu a mãe ainda criança, foi criada por familiares e logo se casou apesar de não ter filhos próprios Dona Maria lembra que tem um enteado. Apresenta-se feliz e grata com a vida e, ela gosta mesmo é de falar de Deus, de perdão e de como somos insignificantes diante do amor divino para ela toda força e felicidade ao longo da sua vida e nos dias de hoje são proveniente do Senhor. A rotina da senhora de sorriso bonito é pacata e regular, à mesma, de todos no lar comunitário Santa Maria: acordar logo cedo, almoçar logo cedo, e as 16:00horas jantar e se recolher. Porém, Dona Maria José faz questão de contar que a primeira e ultima coisa que faz todos os dias é orar. Sente falta da sua televisão pra ver suas orações, sonhar em ir a um culto na igreja e admira Davi Miranda.
Foto: Roberta Heluey
Dona Efigênia chama atenção por sua inquietude ela, dança e canta sem parar gosta de abraços e se mostra muito feliz com as visitas. Não para e diz repetidamente: ‘’ vamos dançar, eu sou é feliz’’ com disposição e vontade de fazer festa. Vaidosa conta que já teve seus namoradinhos. Entre eles, está um senhor que passa com ar de bravo, logo Dona Efigênia aponta pra ele e diz: ‘’aquele ali namorava comigo, mas tá muito doente, não dá pra casar. ’’ Soltou uma gargalhada e voltou a dançar.
Perguntar a idade é sinônimo de indelicadeza, então ela mesma diz que já passou dos meados dos 80 anos e sempre com alegria.
Senhor Serafim começou a falar de futebol e logo da trajetória da seleção brasileira na copa FIFA 2014 ele diz: ‘’ já tivemos seleções melhores’’, seguido a paixão pelo time do Brasil ele conta que é do galo doido, clube de futebol atlético mineiro. E com orgulho fala que criou dois filhos, trabalhadores e seguidores do seu exemplo e diz que sua carteira está assinada desde 1965, já trabalhou como pedreiro, corretor de imóveis e motorista de táxi.
A fé de Dona Maria José, o anima de Dona Efigênia e o orgulho do senhor Serafim. Mostra que a velhice, não é algo ruim ela torna o individuo significante, hoje eles, não podem exercer trabalhos pesados ou viver aventuras sonhadas por jovens, mas podem contar com orgulho de sua fé e provar que ela é real pela experiência de vida, mostra que a beleza de um pele que disfarça suas linhas de expressão não chega perto do charme de um senhora que dança e que mais importante e ser exemplo capaz de educar uma vida. Observar aquelas pessoas que às vezes foram esquecidas por quem mais lutou , e ainda são capazes de sorrir e dizer que estão só, mas feliz. Tão bonita quanto Marina, uma cidade antiga, são as senhoras do lar comunitário Santa Maria. Sonhar, dar risada, ler, comer ser, alguém, ter e contar uma história só permitido a quem está vivo, um idoso é um jovem ou quem desejar ser em um corpo às vezes surrado pelo tempo, mas uma sabedoria e coração conservados e aprimorados por ele.
A Velhice chega para aos que tem sorte, ela dá significado a vida e mesmo que as possibilidades não sejam as mesmas da juventude o valor e a sabedoria são maiores com uma missão nobre ensinar o que é a vida aos que nela estão chegado.
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