Padrões corporais

Academia, cirurgia, anabolizantes, medicamentos: até onde as pessoas vão para alcançar um objetivo

por Fábio Souza, João Vitor Marcondes, Laene Medeiros, Lívia Monteiro e Thaís Medeiros

Imagem: João Victor Ribeiro / Arquivo Pessoal

O que você faria para alcançar o corpo perfeito? Em uma sociedade na qual os padrões de beleza são constantemente difundidos e cobrados, não é difícil se deparar com notícias sobre os diferentes métodos de se adequar a eles. A busca por academias, cirurgias plásticas e os mais diversos tratamentos estéticos se tornou cotidiana e muitas vezes esconde perigos. O uso de anabolizantes, remédios para emagrecer, suplementos adulterados e transtornos como a anorexia e a vigorexia, que se caraterizam pela visão distorcida do corpo, são apenas algumas das situações de risco em que as pessoas se colocam na tentativa de conseguir o corpo ideal.

Em pleno verão, época em que as academias lotam e a preocupação com a estética se intensifica, nossa equipe traz relatos sobre a busca pelos ideais de beleza que algumas vezes se torna uma verdadeira obsessão. É o caso de Jonathas Oliveira Netto, de Paracatu – MG, que utiliza anabolizantes e se considera vigoréxico. A vigorexia é também citada por Wairekz Neves, de Capelinha – MG, que, assim como João Victor Ribeiro, de Ponte Nova – MG, defende o uso de anabolizantes.

Saindo do universo das academias, conhecemos Ana Luiza Campos, de Taubaté – SP, que começou a tomar remédios para emagrecer aos 15 anos e teve vários problemas em função disso. Ana Luiza ainda contou um pouco sobre a realidade de se estar acima do peso. Conversamos também com Matheus Contreiras, de Salvador – BA, que sofreu com a anorexia durante a infância e com uma adolescente que aos 15 anos fez sua primeira cirurgia plástica. Pessoas de diferentes localidades e com diferentes histórias que se ligam pela busca do corpo ideal.

Uma pesquisa realizada na internet para esta reportagem, que contou com 130 respostas, aponta que 91,76% das 97 mulheres questionadas gostariam de mudar algo no corpo. Contudo, 37,08% dessas mulheres não fazem nada para alcançar essa mudança. Já entre os 33 homens que responderam, 30,31% não desejam mudar nada. Entre os que mudariam algo, 39,14% não fazem nada para concretizar esse objetivo. A pesquisa foi realizada pela equipe no Google Formulário e divulgado no Facebook.

Arte: Lívia Monteiro

Anabolizantes

A busca pelo corpo perfeito leva muitas pessoas a atitudes extremas. Jonathas Oliveira Netto, 19 anos, malha há um ano e meio, admite utilizar anabolizantes e já ter parado no hospital em decorrência de seu uso. “No começo malhava naturalmente, minha saúde era boa, vivia sempre disposto pra tudo, mas não via diferença no meu corpo. Então, comecei a tomar esteróides em exagero. Fui parar no hospital, com fígado quase em falência. Desmaiado por causa das ‘bombas’”. Ele conta ainda que um mês após ter passado mal, voltou a fazer uso dos esteróides: “Parece um vício! Você vai sempre querer ver seu corpo bem, não importa o sacrifício”. Confessa também que vai “ciclar” na semana seguinte a entrevista: “É quando você faz um coquetel, mistura vários tipos de bomba e no tempo mínimo você toma o máximo que tiver. Coisa de doido, fissurado no corpo”.

“Fui parar no hospital, com fígado quase em falência. Desmaiado por causa das “bombas” – Jonathas Neto

Sobre os limites para se alcançar o corpo ideal, o rapaz declara: “Pra mim e pra muitos não há limite. É o hospital ou a morte. Você já não se vê satisfeito com o que tem. Meio que ao contrário da bulimia, você pode estar grande que vai se vê pequeno e frango”.

 Wairekz Neves Silva tem 18 anos e conquistou o 5º lugar em um campeonato de fitness. Ele conta que tem “fome de musculação”, e assim como Jonathas menciona o termo Vigorexia: “Você não quer parar, quer ter 70 quilos. Você chega. Aí quer ter 75 quilos… Quer ter 8% de gordura. Chega em 8%, quer 7%. Você sempre quer mais, chega a ser, talvez, uma vigorexia”.

Wairekz expõe no vídeo sua opinião sobre os anabolizantes:

Ainda sobre anabolizantes, Wairekz diz que a oferta dessas drogas existe inclusive com os novatos. “Sempre haverá influência principalmente para os leigos, o cara que chegou na academia e tá achando que vai ficar forte, em um mês não vê a diferença. Chega aquele ´boyzinho´, que acha que entende alguma coisa, dizendo ‘É isso, faz isso, toma isso’. A maioria dos novatos acaba aceitando”.

Ele afirma nunca ter feito uso dos anabolizantes, mas que se for necessário para competir em um nível maior nos campeonatos irá fazer. Para melhorar o desempenho dos exercícios, Wairekz toma mais de cinco suplementos alimentares aliado a uma dieta rígida. Isso, segundo ele, contribui em 60% no seu ganho na musculação. Quando questionado se esses suplementos fazem mal à saúde, ele relata: “São casos. Do veneno à morte é só a dose. Você pode usar 30 ou 500 gramas de proteína pós treino. O problema não é o quão bem vai fazer a sua saúde, mas quão bem você vai tomar, utilizar os mesmos.”

“A maioria dos novatos acaba aceitando (os anabolizantes)” – Wairekz Neves

Há dois anos, João Victor Ribeiro Sena, 17, frequenta academia, onde pratica musculação. Desde que entrou o objetivo era sair do raquitismo e também por vaidade. “Eu era muito magro, muito mesmo, então não dava. Tinha que melhorar aquilo! Com 1,70 de altura eu pesava 47kg, me sentia uma vassoura andando na rua. Isso sempre foi constrangedor” diz, entre risos. Para ele, “A mídia em geral mostra que as mulheres gostam de homens sarados”, completa o rapaz.

A busca pelo corpo ideal parece ser infinita. Ele afirma que chegou a um corpo legal, mas “sempre dá para melhorar”. João toma dois suplementos por dia, sendo um deles natural, e diz aliar tudo a uma alimentação balanceada: “não adianta só ir lá e levantar uns pesinhos”. Sobre acompanhamento médico, João Victor diz que só fez avaliação médica ao entrar para a academia e não deu continuidade. Para ele, o preço de uma nutricionista, por exemplo, dificulta o acesso e o atendimento que recebeu pelo Sistema Único de Saúde (SUS), afirma, teve efeito contrário do que ele necessita, – ganhar peso – o que provocou sua desistência do acompanhamento.

“A mídia em geral mostra que as mulheres gostam de homens sarados e isso influencia” – João Victor Ribeiro

João Victor afirma não usar anabolizante por entender os riscos que os mesmos trazem, porém entende as pessoas que buscam a perfeição de forma rápida e contam com o anabolizante. “Concordo com o uso desde que seja feito de uma forma regrada, com consulta, assim como alguns famosos fazem. Eles usam a terapia pós-ciclo (TPC), que serve pra regular a produção de hormônios após o uso dos anabolizantes e diminui os efeitos colaterais. Se a pessoa não faz acompanhamento, isso vai acabar dando errado mesmo”.

Fábio Leite, professor de Educação Física, formado há cinco anos, disse que começou a frequentar academia aos 16 anos, e atualmente, trabalha em uma academia em Mariana.

Sobre a influência das substâncias nocivas ao organismo no mundo do fitness, Fábio relata casos de pessoas que fizeram uso e sofreram as consequências: “As pessoas pensam somente no “benefício” rápido, no lado estético. Hoje, eu vejo pessoas que utilizaram há dez anos e começam a sofrer as consequências: problema de rins, fígado, problema cardíaco. Aqui na academia, alguns médicos malham e sempre comentam sobre pacientes atendidos com os sintomas de uso de anabolizantes, principalmente adolescentes”.

“Eu vejo pessoas que utilizaram – anabolizantes – há dez anos e começam a sofrer as consequências: problema de rins, fígado, problema cardíaco” – afirma Fábio Leite.

O uso dos suplementos alimentares está presente na vida de muitos alunos da academia onde Fábio trabalha, mas ele alerta sobre a possibilidade de alteração do suplemento: “E hoje, o que vem crescendo é a venda de suplementos alimentares, muitas vezes eles são nomeados dessa forma, mas são “mascarados”. Na fabricação há substâncias proibidas, algumas importadas, outras nacionais, que causam algum tipo de malefício”.

Sobrepeso

A necessidade de se enquadrar aos padrões na adolescência, somado ao fato de ser chamada de gorda pelos familiares, fez Ana Luiza Campos, a partir dos 14 anos, ter preocupações com seu peso. Embora ela dançasse e praticasse atividades físicas, Ana tinha 64 quilos, enquanto seu peso ideal, segundo o IMC (Índice de Massa Corporal) estaria entre 55 e 57 quilos.

Ana Luiza passou pelo endocrinologista pela primeira vez aos 14 anos. Fez dieta e, seis meses depois, o mesmo médico a indicou remédios tarja preta. Foi quando, segundo ela, começou a exagerar nos remédios: “Eu tomava tanto remédio que tive problema hormonal, não conseguia dormir, tive alteração no meu humor, minha menstruação atrasava, tinha mês que não vinha. Eu tive muito problema com acne, queda de cabelo, minha unha não crescia e vários outros problemas. Todos os remédios que eu tomei são proibidos hoje no Brasil. Acho que um adolescente de 15 anos não tem necessidade de tomar remédio de tarja preta perigoso. Não sei se eu deixaria minha filha tomar um remédio como os que tomei”.

“Todos os remédios que eu tomei são proibidos hoje no Brasil. Não sei se eu deixaria minha filha tomar um remédio como os que tomei” – Ana Luiza Campos

Ana Luiza diz que o ideal de beleza que buscava a fez sofrer muito, hoje o pensamento é diferente. “Eu passei por uma coisa ruim, sofri muito porque queria chegar a um ideal: estar bonita. Até hoje eu lembro disso e enquanto não chegar no meu ideal isso vai ser um marco. Quero ter um peso legal. Hoje eu peso 107 quilos. Tenho mais de 40 quilos pra perder. Não sei se vou conseguir chegar a ele. Quero ir numa loja e comprar uma roupa que caiba em mim, poder abaixar, brincar com a minha filha sem ficar cansada, correr, fazer alguma atividade física. Mas não faço nada pra alcançar esse ideal. Não suporto suar. Falar de academia me deixa nervosa. Eu acho que eu até faria alguma coisa rápida, que eu não precisava fazer muito esforço, como uma cirurgia, uma redução do estômago eu faria sem pensar˜.

A falta de exercício físico contribuiu para que Ana tivesse problemas de saúde, como pressão alta, dificuldade para correr, fadiga. De acordo com ela: “o cérebro do gordo funciona totalmente diferente. A gente tem muita preguiça, e falo por todas as pessoas gordas que eu conheço. É um vício, é uma doença mesmo, não é brincadeira. Eu como e me sinto mal por isso. Mas não consigo parar de comer. Gosto muito de comer salada, fruta, me sinto muito motivada quando como alimentos saudáveis.”

Ana acredita que ninguém fala sério quando diz “o importante é ter saúde”. Ela acha que todo mundo olha pro gordo com uma cara feia. Diz ainda que é difícil quem pense primeiro na saúde quando se tem sobrepeso, mas sim na estética, na beleza. E a saúde passa a ser prioridade quando desse sobrepeso vem uma diabete, uma pressão alta. “Quem tem sobrepeso precisa de motivação. Você chega numa academia e não vê ninguém como você. Vê um monte de gente magra, sarada, gostosa, que tem como única preocupação e função a beleza. Temos que procurar gente como a gente, pessoas que buscam ficar bem, não necessariamente virando uma “panicat”, mas que querem ficar bem com seu corpo, com sua auto-estima.”, completou Ana Luiza Campos.

Anorexia

Os fatores psicólogicos podem ser decisivos na questão dos padrões corporais. Matheus Contreiras tem 18 anos e relatou seu problemas com a anorexia, distúrbio que enfrentou na infância e que conseguiu superar após anos de tratamento. “Tive anorexia com 7/8 anos. A anorexia foi desencadeada por alguns problemas psicológicos. Ausência paterna e dificuldade de aceitação em meio social. O que interferiu diretamente na parte de alimentação. Alimentava-me pouco e normalmente ingeria comidas não sólidas. Dava preferência a vitaminas (quando me alimentava) e tinha grande dificuldade em comer carne”.

Matheus ainda comentou sobre a principal diferença entre a anorexia comum e a anorexia infantil, além de falar sobre o tratamento pelo qual ele foi submetido. “Anorexia infantil normalmente não tem preocupação estética. É resultado de algum problema psicológico que desempenha falta de apetite. Fui acompanhado por uma psicóloga e fiquei por muito tempo fazendo exames indicados por um pediatra. Naturalmente com o tempo fui normalizando a alimentação”.

Atualmente ele frequenta a academia e leva uma vida normal. Pratica exercícios calistênicos, uma forma dinâmica de exercícios que consistem numa mistura de simplicidade, às vezes ritmo, movimento. São feitos para desenvolver a força e flexibilidade, com movimentos como balanços, saltos, giros e chutes, usando apenas o corpo como resistência.

Cirurgia Plástica

Muito além das academias, a tentativa de alcançar os padrões corporais se estende para outras áreas, entre elas a cirurgia plástica. Aos 16 anos D.B.M já fez uma plástica e pensa em fazer outra. Ganhou de presente de 15 anos, no lugar da tradicional festa, a sonhada otoplastia, cirurgia na orelha, e garante que não se arrepende. “Fiz e senti a dor todinha da cirurgia e não me arrependo. A anestesia na orelha direita não pegou, eu senti cortando, senti costurando, senti tudo e se você me perguntar se eu faria de novo, faria” conta. Ela afirma que a opinião de outras pessoas interferiu na sua decisão e que já recebeu apelidos em função do tamanho da orelha. “Colocaram muito apelido em mim. A sociedade é cruel em relação a isso, você não pode ter um defeito que as pessoas falam.” D. garante que após a cirurgia sua autoestima aumentou. “Nunca me achei tão bonita na vida” afirma. Quando questionada se pretende fazer novas cirurgias ela declara que se sente bem consigo mesma e que pensa apenas em colocar silicone, “só não faço ainda, porque não tenho idade” completa.

Especialistas:

Academia

Filipe Idalgo Ferraz, 21 anos, é proprietário da Villa Academia, localizada em Jacareí, interior de São Paulo. Inaugurada em março de 2012, a academia possui 600 alunos matriculados, e, entre eles, 400 alunos ativos.

Filipe afirma que os objetivos pelos quais buscam sua academia varia muito. Diz que a maioria das pessoas quer emagrecer, ganhar massa, mas várias pessoas buscam academia por indicação médica, porque estão com diabete, pressão alta, sem fôlego.

O dono da academia conta que, para quem deseja um desenvolvimento melhor na academia, é indicado o acompanhamento médico e nutricional. A própria Villa Academia possui um nutricionista disponível para quem queira fazer avaliação nutricional. Mas Filipe conta que isso é algo mais pessoal e a academia não pode controlar.

O Verão, segundo Filipe, é a época que mais procuram a academia. “O pessoal quer ir pra praia no verão, quer alcançar o objetivo rápido, quer daqui a um mês estar bem. Desculpa, mas não dá.” Ele afirma ainda que o inverno é a melhor época pra treinar, mas é quando a academia está mais vazia.

“O pessoal quer ir pra praia no verão, quer alcançar o objetivo rápido, quer daqui a um mês estar bem. Desculpa, mas não dá.” – Felipe Ferraz

Quando questionado sobre o tempo necessário para que os alunos da academia alcancem seus objetivos, Felipe afirma que o resultado depende de vários fatores, e não só da academia.

O suplemento, famoso entre frequentadores da academia, requer alguns cuidados no uso. Filipe aconselha aos alunos de sua academia a pegarem um ritmo de treino para depois, quando vêem resultados, tomarem suplemento. Ele afirma ainda que o efeito depende de treino e alimentação controladas e, se não feito dessa forma, pode fazer o usuário engordar ao invés de ganhar massa. “Tem gente que chega na academia e já quer tomar o suplemento, me pergunta o que precisa tomar. A gente fala para esperar um pouco, porque muita gente começa treinar mas não mantêm frequência, então não dá pra tomar no início”.

A respeito do uso de anabolizantes, Felipe afirma: “é uma escolha da pessoa. Quem usa anabolizante normalmente treina a muito tempo. Algumas pessoas dizem que tomam e sabem que vão sofrer no futuro, mas acaba virando um vício. O cara não consegue treinar sem aquilo. Isso infelizmente é encontrado em qualquer lugar”.

Nutricionista

O Dr. Leonardo Peixoto é nutricionista da Prefeitura Municipal de Mariana e atende em sua clínica particular. Ele confirma que há um “desespero” no começo do ano em relação ao corpo. O pós-natal, mês seguinte ao Réveillon e anterior ao Carnaval, são picos de procura do serviço do nutricionista. “Para você ter uma ideia, atendemos pacientes de meia em meia hora e só temos vaga daqui três semanas. Olhei na agenda e 80 pessoas estão na lista de espera. Entretanto, muitas pessoas vêm aqui buscando uma redução de peso, descrevendo sua situação como obesidade, sendo que apresentam um caso de sobrepeso”.

Sobre obesidade, o entrevistado afirma que as crianças e os pré-adolescentes estão sendo as principais vítimas da doença. “Normalmente, tínhamos pacientes com esse quadro acima dos 30 anos, em sua maioria. 30, 35 e até 40. Eu já tive pacientes de oito anos de idade com o colesterol de 400. – Só para deixar claro qual é a média indicada de colesterol? – 200 para um adulto e no máximo, 150 para a criança nesse caso. E outra coisa, obesidade infantil está demais. Hoje, 50% dos nossos pacientes pré-adolescentes são por causa de obesidade e um tempo atrás era 5%”.

“Eu já tive pacientes de oito anos de idade com o colesterol de 400”. – Dr. Leonardo Peixoto.

“Já virou epidemia. Infelizmente.” – Inclusive na cidade de Mariana? – “Sem dúvida. Tem 400 pessoas com sobrepeso leve em nossa clínica e em cinco anos de clínica, já passaram por aqui mais de cinco mil pessoas com excesso de peso”.

Ainda abordando o tema, Dr. Leonardo indica alguns passos que podem ajudar a diminuição do peso.

“Aquela simples dica que é se alimentar de três em três horas. E para as pessoas que acham que é bobagem, não é. Se você não come de três em três horas, seu metabolismo desacelera e isso nos faz engordar, pois o organismo absorverá mais gordura em outra refeição. Assim como não deixar de fazer um exercício leve, uma caminhada, uma hidroginástica para pessoas de mais idade e não ficar “caindo” em propaganda. Essa é uma dica para qualquer idade. Comida pronta que aparece na televisão, a persuasão pelo visual… A dica que eu dou é voltar as raízes mesmo! Ter uma horta em casa é uma boa opção. Esses alimentos que aparecem na televisão têm muita gordura saturada, trans. Sem contar no açúcar. Portanto, o negócio é não ser persuadido pelo que passa na TV”.

Arte: João Vitor Marcondes. / Fonte das imagens: ver ao final

Outros problemas apontados pelo nutricionista foram a anorexia e os famosos remédios para emagrecer, chamados anorexígenos: “Eu já tive pacientes em que observei o início da doença. Eu passo uma meta de perda de peso, o(a) paciente atinge e quando ela retorna, a pessoa diz ter necessidade de perder mais. Nesse caso, é um sinal da visão distorcida. O indivíduo se olha no espelho e continua se achando acima do peso. Esse é o primeiro diagnóstico de que a pessoa está precisando de tratamento psicológico por causa da anorexia. A observação do corpo da pessoa também é um método. Se os ossos abaixo do pescoço estão ressaltados, é válido ficar atento sobre a situação da pessoa. A família precisa estar por perto. Igual uma pessoa que usa drogas, a presença da família é indispensável.

“A família precisa estar por perto. Igual uma pessoa que usa drogas, a presença da família é indispensável”. – sobre pacientes que apresentam quadro de anorexia.

“Sobre o remédios para perder peso, eu não recomendo. Acho péssimo. Primeiramente, não existe milagre para emagrecer, existe uma fórmula muito simples, menos calorias ingeridas e queimar mais. Só isso que existe para emagrecimento. Qualquer outra coisa, desconfie… Remédio para emagrecer, que são os anorexígenos, sibutramina, dietilpropiona… Isso é conversa. O medicamento envia uma mensagem ao cérebro com a ação de tirar a fome da pessoa. Aí a pessoa acaba desnutrindo, perdendo peso muito rápido, por causa da fome, além do ‘efeito rebote’. Portanto, o conselho que eu dou é para as pessoas esquecerem essa ideia. Dieta da sopa, da lua, da melancia, da água e do sol… Isso não existe não. Reitero: o segredo é menos calorias ingeridas e queimar mais do que consome”.

Edição geral: Fábio Souza e Thaís Medeiros

Reportagem: Fábio Souza, João Vitor Marcondes, Laene Medeiros, Lívia Monteiro e Thaís Medeiros

Fontes das images: Imagem 1; Imagem 2; Imagem 3; Imagem 4.

;