O Brasil sob a visão intercambista

Por Larissa Marques Vidigal Lana, Priscila Fernanda da Costa Garcia, Ingryd Rodrigues, Mariana Viana e Thiago Barcelos

Ouro Preto é conhecida mundialmente por suas belas igrejas, pela arquitetura e pela mineração, recebendo diariamente turistas de todo o mundo. Por aqui, passam todos os dias estrangeiros que não se limitam apenas a conhecer os pontos turísticos. Podemos encontrar também intercambistas pelas ladeiras da cidade, em festas nas repúblicas e nos bares de Ouro Preto.

Por meio da Coordenadoria de Assuntos Internacionais (CAINT), responsável por programas de intercâmbio e pela mobilidade acadêmica na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a universidade tem recebido e enviado estudantes para alguns países. Conversamos com três alunos estrangeiros para saber um pouco mais sobre a vida em um novo país.

Clima…

Em conversa, Victor Lopes, 22 anos, que veio de Porto, cidade portuguesa, para continuar seus estudos em Engenharia de Minas, nos contou um pouco da sua experiência. Embora tenha nascido no Brasil, foi para Portugal ainda bebê. O que mais atrapalhou a sua adaptação foi o clima.

#tecer – Por que o Brasil e Ouro Preto?

Victor Lopes – Nasci no Brasil e quis retornar à minha terra natal. Conhecia alguns amigos que já passaram por aqui e falavam muito bem da universidade.

Você teve alguma dificuldade de adaptação?

Não tive dificuldades, além do clima do país.

Qual foi sua primeira impressão do Brasil?

As casas são variadas e a forma de falar é excêntrica.

E sobre os brasileiros?

São pessoas simpáticas e sociáveis.

O que você acha do ensino superior da UFOP?

São seis matérias, estou gostando. Os professores são bons e a estrutura, apesar de diferente da de Portugal, é muito boa.

O que você espera levar dessa experiência?

Uma expectativa de vida singular, conhecimento acadêmico distinto e amplo, além de novos horizontes.

O cumprimento…

Francesco Narduzzi, nascido na Itália em Martignacco, uma cidade pequena proxíma à Udine. Tem 28 anos de idade, é formado em Geologia e veio ao Brasil cursar pós graduação em Petrologia na UFOP. Como está há apenas 20 dias no país, tem dificuldades com a língua portuguesa. Pretende permanecer aqui até 2017.

#tecer – Por que o Brasil?

Francesco Narduzzi – Quis fazer uma pós graduação e procurei pelo mundo por uma oportunidade. Busquei a USP, e me interessei pela geologia brasileira. Um amigo me disse sobre as oportunidades oferecidas pela UFOP, e então decidi optar por ela.

Além do idioma, qual a maior dificuldade?

A mudança de mente. Estudei inglês em Liverpool primeiro para depois aprender o português. O clima é um pouco incomum, mas não chega a ser um problema.

Qual foi sua primeira impressão do Brasil?

É um país muito grandioso e bonito.

E sobre os brasileiros?

Me impressionaram, porque estão sempre dispostos a ajudar, são simpáticos e educados. As garotas são lindas, às vezes mais que as italianas, muito amáveis, com um grande coração. No Brasil as pessoas são mais próximas das outras, mesmo em coisas cotidianas como cumprimentar.

Qual é a principal diferença entre a Itália e o Brasil?

Com certeza a sociedade e os preços de algumas coisas. Há distinção também no ensino superior, como a grade curricular e a duração do curso de graduação.

O que você achou do ensino superior da UFOP?

A universidade tem uma boa grade, com cinco anos de curso, pós graduação e mestrado. Boa estrutura e, o método de ensino é, talvez, até melhor do que o usado na Itália.

O que você espera levar como experiência do Brasil?

Acabar os estudos, aprimorar os conhecimentos na área, aprender uma nova língua, entender mais sobre o Brasil e os brasileiros, os costumes e a sua cultura em geral.

 

As gírias…

Delphine Tardif, tem 22 anos e nasceu em Tours, na França. Ela veio para o Brasil, mais exatamente para a UFOP, cursar Engenharia Geologica e de Minas, e está hospedada em uma república federal feminina. Com o idioma, ela não teve problemas, apenas no contato com os jovens, que usam muitas gírias e falam rápido.

#tecer – Por que escolheu o Brasil?

Delphine Tardif – Porque queria aprender outro idioma. O português é semelhante ao espanhol. Conheci amigos brasileiros que fizeram intercâmbio na França e falaram muito bem do Brasil. Isso me incentivou bastante. 

E Ouro Preto?

Tive que escolher entre Ouro Preto e Belo Horizonte, e meus amigos me disseram que para intercâmbio, Ouro Preto era mais interessante por ser uma cidade menor e com maior diversidade cultural, além de ter uma boa fama no exterior na área que estudo.

Qual foi a sua maior dificuldade na adaptação?

Para entender os professores é fácil, o complicado é entender os jovens conversando entre si, já que eles usam muitas gírias.

Qual é sua primeira impressão do Brasil?

Tudo aqui parece mais exagerado, os pobres parecem muito pobres, e os ricos muito ricos… Nunca senti perigo aqui, mas o excesso de segurança nos lugares dá a entender que ele existe. Quem vem da Europa assim como eu, normalmente não está acostumado com esse tipo de segurança exagerada.

E dos brasileiros?

Os professores aparentam ser mais amigáveis do que na França e pra ter um primeiro contato também é bem mais tranquilo. As pessoas estão sempre dispostas a ajudar e são muito solidárias, apesar de que, às vezes, tenho a impressão que é tudo muito superficial.

Qual a maior diferença entre a França e o Brasil?

As diferenças de classes sociais são bem maiores aqui.

O que você achou do ensino superior da UFOP?

Não posso fazer comparações, pois o que há na França não é exatamente uma faculdade como temos aqui. Mas no Brasil, se faz muitos exames para conseguir um doutorado, os horários são mais leves e as pessoas estudam coisas como cálculo integral, sendo que nós estudamos isso no ensino médio.

O que você espera levar dessa experiência?

Espero voltar para a França falando português fluente, descobrir uma nova cultura, viajar por todo o país e descobrir outros métodos de estudo.

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Editoras: Larissa Marques Vidigal Lana

              Priscila Fernanda da Costa Garcia

 Reporteres: Ingryd Rodrigues

                   Mariana Viana

                   Thiago Barcelos