A relação dos novos alunos com a realidade da UFOP

Mostra de Profissões organizada pela universidade promove contato direto com futuros estudantes

Com o Sistema de Seleção Unificada (SISU), estudantes de todo o Brasil se submetem a mudanças radicais de cidade para fazer a graduação em uma instituição federal. É o chamado ciclo migratório estudantil, com números cada vez mais significativos desde a criação do sistema, em 2010. O SISU é uma plataforma digital criada pelo Ministério da Educação (MEC), responsável pela seleção de vagas em faculdades utilizando a pontuação obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Os estudantes que se submetem a essas condições a fim de realizar o curso superior, estão sujeitos a uma série de fatores que englobam o choque cultural e processo de adaptação, nem sempre tão simples assim. É ideal que as universidades estejam preparadas para recepcionar e dar o apoio que essas pessoas, vindas de lugares tão diferentes, precisam.

O primeiro contato

No último sábado (17), aconteceu a VII Mostra de Profissões da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Um dia inteiro reservado para promover a interação com quem ainda não faz parte da universidade, através de salas interativas dos 38 cursos de graduação, palestras e também intervenções artísticas. Dessa forma é possível explanar todo o conhecimento que é produzido na instituição. Além disso, alunos do Ensino Médio e cursinhos Pré-Vestibular têm a oportunidade de conversar com os universitários e até mudar a definição prévia que existe em torno do que é estudar na UFOP.

Para a paulista Caroline Hardt, que deve ingressar na UFOP no próximo semestre, as maiores dúvidas para quem começa uma graduação em outro estado são em relação à cidade, moradia, estrutura do curso escolhido e tudo o que a universidade é capaz de oferecer. Enquanto não chega a hora da mudança efetiva, ela diz que a forma mais eficaz que encontrou para adquirir ajuda nessas questões foi conversando com pessoas de dentro da universidade. É evidente que esse contato direto com os acadêmicos seja fundamental, por passar uma segurança aos candidatos.

A Mostra de Profissões também tem um papel importante no que se diz respeito à escolha do curso. Para aquelas pessoas indecisas quanto a qual carreira seguir, tudo fica mais fácil ao visitar as salas interativas, onde é possível saber mais sobre cada curso, conhecer sua grade curricular e também a opinião dos alunos.

Na prática

Estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto há menos de seis meses, Lívia Monteiro recém passou pelo processo de adaptação. Vinda do interior de São Paulo, ela admite que teve bastante dúvida se enfrentaria a distância de mais de 600 km para estudar. “Sair da casa da nossa família, embora nos pareça a entrada pra liberdade, implica numa responsabilidade muito grande e sempre há dúvidas se estamos preparados pra isso. A gente torce pra estar né?”, diz a estudante. A certeza da escolha veio depois de conhecer o campus e conversar com o presidente do colegiado do seu curso.

Ela conta que todas as dúvidas só são solucionadas quando são enfrentadas e se começa a viver diariamente na nova cidade. Quanto às informações sobre a universidade, Lívia diz que foi crucial o ato de conversar com pessoas que já estudavam lá, já que dessa forma ela pôde ter uma visão mais aproximada do que realmente é e como funciona a rotina naquele lugar.

A UFOP possui certa fama em relação, principalmente, às festas e tradições envolvendo repúblicas. “Infelizmente o senso comum sobre a UFOP não inclui tanto a qualidade da universidade, que é imensa, mas sim da vida universitária. Para quem não tem como objetivo viver de festa, é um pouco assustador pensar que ao passar a morar aqui, você conviverá com tudo isso.” afirma ela. E mais: segundo Lívia, a vida universitária cheia de “rocks” tão reconhecida na UFOP, só existe pra quem quer que ela seja desta forma.

Para Lívia, o fato de a universidade estar localizada no interior do estado não impede que haja diversas opções e formas de adquirir experiência profissional na carreira escolhida. Além disso, outro ponto positivo é em relação à infraestrutura e corpo docente da instituição, que não deixa a desejar.

Por Caroline Fernandes