O Restaurante Universitário de cada dia

Por Mariana Menezes Ferraz

Ao ingressar na faculdade, muitos estudantes acabam optando por uma maneira simples e muito barata para se alimentar. A grande maioria dos alunos da universidade vêm de outras cidades, e ao se adaptar à vida longe de casa, passam a depender dos serviços de custo acessível ofertados. O Restaurante Universitário (RU) ou famoso “bandejão” oferece almoço e jantar na Universidade Federal de Ouro Preto, e atende milhares de estudantes por dia em seus campus de Mariana e Ouro Preto por apenas R$ 2 a refeição.

Os RU’s têm como prioridade o preparo e distribuição de refeições para alunos, professores e servidores da universidade, oferecendo alimentação de qualidade e quantidade adequada para a clientela. A UFOP oferece vagas para trabalhar nos restaurantes a cada semestre por meio de um edital.Os estudantes são selecionados a partir de envio de currículo e atestado de matrícula e recebem bolsa de R$ 400.

Alguns alunos, quando chegam à universidade, têm receio de experimentar a comida pela fama de ser ruim. A opção pelo RU acaba se tornando um hábito para os estudantes graças a seu custo benefício, cada refeição custa apenas R$ 2.

O preço acessível, muita vezes, gera longas filas, o que incomoda os estudantes. Outra reclamação comum entre eles são os erros na divulgação diária do cardápio online no site da UFOP, comuns nas últimas semanas. Há também a eterna dúvida do sabor dos sucos oferecidos nos restaurantes, o que abre espaço para piadas como “hoje é suco de amarelo” ou “suco de limão que parece tamarindo, mas tem gosto de groselha”.

Em um dos campus da UFOP em Mariana, o ICSA, o Restaurante Universitário sofreu mudanças ao longo dos 5 anos de existência. Ele foi completamente reformado, e mudou de lugar, “Agora está muito melhor! O espaço é bem maior e mais limpo. Não tem mais pombos nas mesas mas falta uma pia para lavar as mãos.” explica Guilherme Braga, estudante do 8º período de Economia.

Há também a opção de cardápio vegetariano e, para usufruir dessa opção, os estudantes devem declarar em um prazo dado pelo departamento a sua preferência pelo cardápio alternativo. Eles recebem uma carteirinha para identificação e, assim, conseguem se alimentar de pratos como soja ao molho ou ovos cozidos. Amanda Sereno, estudante do 3º período de jornalismo utiliza os serviços do restaurante quase que diariamente. “Eu acho gostoso o cardápio vegetariano, mas falta diversidade. É sempre soja ao molho, grão de soja ou ovo cozido. E, vez ou outra, eles oferecem um kibe ou hambúrguer, e é com pouco tempero” opina Amanda. “Eu acho bom, mas poderia ser melhor! Sugiro mais bolinho de arroz, mais kibe”, completa.

A maior queixa dos estudantes que recorrem à opção vegetariana do cardápio é basicamente a mesma: diversidade de alimentos. Há uma justificativa, no entanto. Os Restaurantes Universitários das universidades federais de todo o Brasil têm o acompanhamento de profissionais de saúde como médicos e nutricionistas, e tudo que é servido tem a atenção próxima desses servidores.

“Eu acho que deveria existir mais, vejo que a variedade é pouca. Sempre me parecem as mesmas coisa” julga Caio César Gomes, do 4º período de jornalismo. “Mas, em certo ponto, até entendo isso. É complicado satisfazer todos os alunos”, conclui.