Projeto Grupo Impacto de Ponte Nova ganha destaque em incentivo à cultura

Por Marina Magalhães

O grupo de dança é composto por alunos de escolas públicas e jovens da cidade de Ponte Nova que admiram a arte das danças urbanas e participam das oficinas oferecidas. As aulas são ministradas pelo bailarino Adriano Luis Ramos, integrante do Grupo Impacto de Viçosa e as aulas hoje acontecem nas segundas feiras e sábados na Secretaria de Educação da cidade, antigo prédio da Faculdade de Ciências Humanas do Vale do Piranga (Favap).

Integrantes do Grupo Impacto de Ponte Nova. Foto: Assessoria de Comunicação do Núcleo Arte e Dança

Integrantes do Grupo Impacto de Ponte Nova.Foto: Assessoria de Comunicação do Núcleo Arte e Dança

O projeto na cidade de Ponte Nova iniciou-se em 2010, passando por ele várias pessoas de diferentes idades que buscam a dança como um hobby ou uma paixão pela arte. Como parte de um trabalho muito reconhecido na cidade, dez jovens do Grupo Impacto  de Ponte Nova foram selecionados, em julho deste ano, para se apresentarem no Festival Internacional de Hip Hop de Curitiba (FIH2),http://www.fih2.com.br/#. Com a coreografia Toke de Ritmo, coordenada por Adriano, o grupo se apresentou na mostra de abertura da competição, que reuniu as 100 principais companhias e grupos de danças urbanas de todo o Brasil e de outros países. Além de se apresentarem no Teatro Positivo em Curitiba, os bailarinos tiveram a oportunidade de serem vistos por personalidades de alto nível no cenário da dança, como o coreógrafo francês Marvin Gofin, o norte-americano Shan’s, as bailarinas e coreógrafas Filipa Peraltinha (Portugal), Sasha Sherman (Rússia) e o coreógrafo brasileiro de renome internacional Mário Nascimento. (Para conhecer mais sobre o Festival, veja link abaixo.)

Apresentação no FIH2 Foto: Assessoria de Comunicação do Núcleo Arte e Dança

Apresentação no FIH2Foto: Assessoria de Comunicação do Núcleo Arte e Dança

A diretora geral do projeto, Patrícia Lima, diz que todas essas conquistas representam o trabalho consolidado que está sendo desenvolvido e sonha ir cada vez mais longe. “Todos esses ótimos resultados comprovam mais uma vez que investir em talentos e em cultura vale à pena e dá ótimos frutos. O que vemos hoje é o nome de Ponte Nova, Viçosa e nossa região despontando mais uma vez no cenário da dança nacional e internacional, através de jovens que não tinham acesso aos bens culturais e que aprenderam se apropriar deles.”

A aluna Andreza Gessi de Melo, 18 anos, participa deste grupo desde o início, há quatro anos. Diz que este apoio à cultura mostra para todas as pessoas que a arte de dançar tem muito a oferecer e acredita que essa arte tira muitas pessoas de situações ruins da vida, como a criminalidade por exemplo. Ela através das oficinas, se tornou monitora, dando aulas na Escola Estadual Professor Raimundo Martiniano Ferreira (Polivalente), para os alunos no ano de 2012.  Contou também que sente uma grande satisfação dançando e que teve uma das maiores realizações na dança, participando do FIH2 em Curitiba. Disse que pretende continuar na dança enquanto puder como amadora, pois a dança significa muito para ela. Andreza já dançou em outros projetos, mas não em um tão bem sucedido e conhecido em Ponte Nova e região. Seus pais a incentivam, mas apenas como diversão, pois acreditam que a arte em nosso país infelizmente não é bem reconhecida e não oferece estabilidade financeira.

Apresentação no III Festival do Piranga em Ponte Nova Foto: Assessoria de Comunicação do Núcleo Arte e Dança

Apresentação no III Festival do Piranga em                                      Ponte NovaFoto: Assessoria de Comunicação do Núcleo                                     Arte e Dança

Outra aluna, Nataly Russi, 19 anos, que também está no projeto desde seu início, contou que ouvia falar do Grupo Impacto e quando descobriu que iria vir uma oficina para Ponte Nova, não perdeu a oportunidade e logo fez a sua inscrição. Com a experiência que adquiriu com o tempo nas danças urbanas, se tornou, assim como Andreza, monitora, dando aulas para os alunos da Escola Senador Antônio Martins (SAM) entre 2011 e 2012. Afirma que a dança salvou a sua vida, pois estava enfrentando uma fase muito difícil, “estava passando por uma depressão e, a partir do momento que comecei a participar das aulas, eu melhorei. O modo como os monitores do Grupo Impacto dançavam e o jeito que eles acreditam na Dança de Rua fizeram com que eu passasse a acreditar na vida”. A dança fez com que tentasse o vestibular para o curso de Dança na Universidade Federal de Viçosa (UFV), sendo classificada em 2012. Mas em 2013, infelizmente, teve que sair do curso por motivos familiares, mas deixa claro que “a vida deve continuar e o sentido dela é ser feliz e a direção, é pra frente! Agradeço a dança por fazer parte do que já fui e de tudo que ainda sou!”. Esclareceu também que nunca irá abandonar a dança e que essa arte sempre fará parte da sua vida.

O projeto conta com o apoio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, do Governo de Minas Gerais e pelo Grupo Impacto, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Ponte Nova, numa realização do Instituto Asas e Núcleo de Arte e Dança, e patrocínio da Itatiaia Móveis, Haskell, Metalsider, Amantino e Microvet. O projeto está inserido recentemente nas cidades mineiras de Viçosa, Ubá, Cajuri e Ponte Nova.

Grupo Impacto – Ponte Nova