Gincana Contatos Mistos: Direitos Humanos e Cidadania

por Giovanna de Guzzi e Silmara Filgueiras

A “Gincana Contatos Mistos: Direitos Humanos e Cidadania”, aconteceu nos dias 05, 06, 07 e 08 de junho. A atividade faz parte do projeto de extensão dos professores da UFOP, Ubiratan Vieira e Mônica Rahme, junto à Comunidade da Figueira (Centro de Apoio ao Deficiente Mental) e tem como objetivo refletir sobre a acessibilidade e a inserção de pessoas com deficiência na cidade de Mariana.

No primeiro dia, os alunos da Comunidade da Figueira vivenciaram o primeiro contato com os alunos da UFOP e outras pessoas que participaram da gincana. O momento foi oportuno também para o Prof. Ubiratan distribuir as tarefas e expor quais seriam os objetivos que deveriam ser alcançados. Nos dias 06 e 07, alunos da UFOP, professores e alunos da Comunidade foram às ruas correr atrás das tarefas que foram designadas na Gincana. Como as atividades giraram em torno do objetivo principal do projeto, todos os grupos deveriam ir até os órgãos competentes da cidade para emitir carteira de identidade, CPF, título de eleitor e carteirinha de passe livre para as pessoas que ainda não as possuíam.

No sábado, dia do encerramento das atividades, os alunos da APAE de Mariana se juntaram aos grupos e saíram em passeata para reivindicar mais acessibilidade nas ruas e nos prédios públicos de Mariana. Os manifestantes saíram do terminal turístico, na Praça Tancredo Neves, passando pela Prefeitura e seguiram para o ICHS, onde participaram da cerimônia de premiação e confraternização.

As equipes foram premiadas nas categorias: Educação (Salve Jorge), Participação (Devagar quase parando), Sensibilização (Força Jovem) e Acessibilidade (Adrenalina Azul). O troféu da equipe vencedora da “Gincana Contatos Mistos” deste ano foi entregue à equipe Força Jovem.

 

Fotos: Giovanna De Guzzi

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Ao conversar com o organizador do evento, com alguns participantes e com o secretário de governo de Mariana, foi questionado sobre os principais motivos que levaram as pessoas às ruas. O principal problema exposto foi a acessibilidade que a cidade não oferece , e diante disso, quais seriam os planos e expectativas para tornar Mariana uma cidade acessível a todos, tanto por parte do governo, quanto por parte dos manifestantes.

Entrevistado: Raul Almeida, secretário de governo

Giovanna,Silmara: O que a prefeitura pretende fazer em relação à falta de acessibilidade nos prédios públicos de Mariana? 

Raúl Almeida: Temos um projeto para a construção de uma nova prefeitura, que deve se iniciar entre Julho e Agosto.

GS: Qual a previsão para o término da construção?

RA: Não tenho como dar uma previsão, mas a nossa intenção é terminar essa obra em até um ano.

GS: Quais são as maiores dificuldades em implantar medidas de acessibilidade na cidade de Mariana?

RA: O problema é que Mariana tem mais de 300 anos e isso torna difícil a adaptação da cidade ao deficiente. Estamos no governo há seis meses e fizemos tudo que estava ao nosso alcance e continuaremos fazendo.

Entrevistado: Ubiratan Vieira, organizador do evento

GS: Quais foram as maiores dificuldades ao organizar um evento como esse?

Ubiratan Vieira: As dificuldades são diversas, mas isso faz parte do processo de inclusão. Algumas das maiores dificuldades são a falta de acessibilidade na cidade e a falta de interesse por parte da família dos alunos da Comunidade da Figueira. As famílias, ao verem que há uma comunidade disposta a cuidar de seus parentes, não sentem a necessidade de se engajar.

Entrevistada: Maria do Carmo de Freitas, professora

GS: Como você se sente fazendo parte de um projeto como esse?

 Maria Freitas: Fazer parte da organização desse evento foi muito enriquecedor e produtivo.

GS: Você trouxe sua filha (Helen Cristina de Freitas) para o evento, por que você acha importante ela fazer parte da gincana?

 MF: O objetivo é este: contatos mistos. Temos que levar o pessoal para ter contato com a comunidade, afinal é lá que eles devem estar. Eles não têm que ficar dentro de casa o tempo todo, têm que caminhar pelas ruas e conhecer pessoas. Eu acho muito importante estimular esta interação.

Entrevistado: Valdecir Messias, aluno da Comunidade da Figueira

GS: Qual a importância em retirar documentos?

Valdecir Messias: Tirar os documentos é a forma do povo saber que você existe. Como é que o povo vai saber que você existe sem documentos?