De jornalista a professor – Nair Prata

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Foto: Arquivo pessoal

 por Gabriella Pinheiro

Toda sorridente, é assim que encontro Nair Prata, professora de jornalismo da UFOP, em sua sala para a nossa entrevista. Com um brilho nos olhos, responde todas as perguntas fazendo um tour pelos 18 anos de atuação como jornalista e dizendo que ainda há muito para ser conquistado e que está se criando um novo formato de jornalismo.

 Como e quando surgiu a paixão pelo jornalismo?

Decidi no Ensino Médio que queria seguir a carreira de jornalista. O que marcou essa decisão foi que meu pai não queria, alegando que eu era muito inteligente e tinha que prestar para outras áreas como Odontologia e Engenharia.  Para não contrariar meu pai, no ano que conclui o Ensino Médio prestei para Odontologia, mas torcendo para não passar. E dito e feito, não passei. No segundo vestibular, prestei para jornalismo na UFMG e passei.

 Você tem uma forte ligação com o rádio, essa sempre foi uma paixão ou você caiu nesse veículo por acaso?

Quando estava na Universidade tinha aquela vontade de trabalhar,  e o rádio sempre foi o que mais me atraia. Trabalhei em outros veículos, mas nunca deixei o rádio.

 Na rádio Cultura e Tiradentes você trabalhou como noticiarista, já na rádio Itatiaia como produtora. Qual das duas áreas você mais se identificou?

Participar do processo de criação foi aonde eu mais me identifiquei, ser produtora é o que sempre gostei de fazer.

 Quais os desafios que ainda existem para uma profissional e jornalista mulher?

Os desafios são muitos. O meu é de fazer o pós-doutorado, focando nas transformações do rádio e já estou me preparando, a Universidade almejada é a de Madri.

O que a levou a deixar o jornalismo e migrar para as salas de aula?

Não me considero ter deixado o jornalismo, mas sim ter deixado de atuar como jornalista. Na época de atuação, fazia mestrado, trabalhava e já dava aula. O que me levou a deixar o jornalismo foi o doutorado porque não conseguiria me dedicar a todas as atividades, assim optei por dar aula e me dedicar ao novo projeto, o doutorado.

 Como você tem visto a geração dos anos 90 e os próximos jornalistas que virão?

Os futuros jornalistas tem um desafio muito grande, pois é um novo público de leitores e novas tecnologias vão sendo criadas, fazendo com que nós jornalistas se ajustem à essas mudanças. Esta se criando um jornalismo diferente do que estamos acostumados a ver.