O prazer de trabalhar com o que gosta

Por Bárbara Andrade

Alexandre Vieira de Andrade é formado em Publicidade e Propaganda, pela UNI-BH. Há algum tempo, transformou a sua agência de publicidade, a 2ad, em uma Produtora de Eventos. O negócio cresceu, e hoje há uma grande demanda de trabalho, dentre convenções e festas para grandes empresas. Alexandre afirma que é apaixonado pelo que faz, apesar de ter um ritmo de vida acelerado. 

Bárbara Andrade- Como que surgiu a ideia de “evoluir” uma agência de publicidade, ou seja, transformá-la em uma agência de Produção de Eventos corporativos?

Alexandre Andrade - Publicidade e Produção se perpassam, são áreas muito relacionadas. O processo foi natural, sem planejamento ou esforço. As demandas de produção foram aparecendo, fui atendendo…

BA- Você não trabalha com roupa social. O seu estilo é peculiar e bem “seu”. Usa bermuda, tem várias tatuagens, piercing nas orelhas, e trabalha no ambiente corporativo, ou seja, presta serviço dentro de grandes empresas multinacionais. Sofre algum preconceito pelo seu estilo dentro das empresas que o contratam?

AA – O que você veste é levado em consideração no primeiro momento. Você precisa construir uma imagem confiável. Quando o cliente coloca muita grana no seu projeto e confia que você vai entregar algo satisfatório ou melhor que a necessidade levantada, o que menos importa é o que você vista ou seja. O que importa é o resultado.

BA – Você trabalha hoje com eventos corporativos. Produz shows pequenos, para um público limitado. Já produziu ou tem a pretensão de produzir shows para um público aberto?  

AA – Pequeno? Faço sob medida. Não penso no momento em sair do meio coorporativo.

BA – Você trabalhou com campanha política. O candidato em questão é uma pessoa que você admira? Trabalharia na campanha de algum candidato que você soubesse ter uma trajetória de corrupção?

AA – Não votei no cara para quem trabalhei. Trabalho é trabalho! Quando você monta um “cachorro quente”, você não vende só para quem você gosta.

BA – Já sofreu alguma pressão da sua família, por viver um estilo de vida diferente? Digo, viajar por vários dias, estar muito ocupado em época de evento, e todos os percalços que um produtor vive no dia a dia.

AA – Acho que isso faz parte de qualquer trabalho que necessite de muita dedicação. Quando a família entende que é trabalho e que precisa ser feito à pressão, cede. Acho que quando rola realização no trabalho e consequentemente financeira a gente fica mais leve e melhor de se conviver.

A forma em que vivemos hoje, quando o horário de trabalho ultrapassa as paredes do escritório, nos obriga a rever alguns preceitos básicos da sociedade capitalista. Vivemos trabalhando, e a profissão deixou de ocupar apenas uma parte do nosso dia. O trabalho não pode ser uma rotina massante, já que a maior parte do nosso dia é ocupada com isso. É necessário procurar alternativas que nos deixem felizes.

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Foto: arquivo pessoal