Posted by admin On janeiro - 26 - 2013

Por Flávio Ernani, Di Anna Lourenço e Eduardo Braga de Oliveira.

O objeto desta análise é o texto “Relatório policial mostra a liberalidade estudantil”. Procuraremos, baseados em Christofoletti (2010), investigar de que forma o autor enquadra os diferentes elementos que compõem a narrativa. Nesse sentido, esta crítica parte do princípio de que “é sempre muito mais cômodo ou descomplicado criticar, acusar e cobrar do que propriamente enfrentar situações incômodas e delicadas”. (Christofoletti, 2010)
Werkema, baseado em um suposto relatório – uma vez que o autor não fornece nenhum dado que traga credibilidade quanto à existência de tal, desenvolve um texto sem coerência e sem especificar o que está criticando. Devido à incapacidade do autor
em delimitar o objeto da crítica, propomo-nos a fazer a análise do texto tendo como foco a tentativa de Werkema em atingir a imagem dos estudantes universitários e os “órgãos policiais do Estado”. Os fatos enumerados não seguem uma ordem narrativa
que sustente sua crítica ou proposta de texto opinativo, assim é inconsistente toda a narrativa.
O título do artigo de Mauro Werkema já é incoerente do ponto de vista léxico, ao acionar a expressão liberalidade, o autor tentou chamar atenção à libertinagem – mais adiante ele cita no texto. Liberalidade, segundo o dicionário Michaelis (michaelis.uol.com.br, 17/01/2013), é: 1 Qualidade de liberal. 2 Disposição para dar; generosidade. 3Disposição para tolerar ou aceitar ideias liberais. 4 Disposição de praticar o bem, sem esperar recompensa. Com base em tais definições é possível perceber o erro de Werkema em utilizar a linguagem escrita, tratando duas palavras distintas como sinônimas.
Olhando ainda o título, o autor da coluna parece querer gerar expectativa no leitor, como se fosse fornecer uma informação bombástica. No entanto, quem se dá ao trabalho de ler o texto até o final não encontra dados, data ou responsáveis pelas informações apresentadas no citado relatório. Ainda no primeiro parágrafo, o colunista deixa uma ambiguidade para o leitor decifrar, ao dizer que o relatório trata da “situação de Ouro Preto com relação ao tráfico de drogas e às orgias nas repúblicas estudantis”.
Assim, o leitor fica sem saber se o tráfico de drogas ocorre em toda a cidade de Ouro Preto ou apenas nas repúblicas estudantis.
O que talvez constitua um dos alvos da mira desviante de Werkema é a relação dos estudantes com Ouro Preto, porém ele não especifica quais estudantes. Ele faz referência à Universidade, repúblicas ou “moradias improvisadas” e uma “população estudantil”, contudo não há nenhuma citação a não ser Escola de Minas. As cidades de Ouro Preto e Mariana possuem, juntas, mais de cinco escolas que oferecem cursos superiores, isto posto seria necessário que tivesse sido citado o nome da “Universidade a que ele se refere”. Deste modo, a forma como construiu seus argumentos em sua coluna opinativa não passa de um amontoado de fatos e generalizações mal formuladas.
Outro ponto a ser observado por um leitor atento é o fato de Werkema não citar como obteve acesso a esse suposto relatório. Poderia ele ter dito que leu, ou que algum secretário ou delegado responsável pelo relatório lhe contou, ou ainda, que esteve numa
reunião onde se tratou sobre o tema. Geraria mais credibilidade ainda que a fonte tivesse pedido off, mesmo sendo o texto de linha editorial opinativa como é a coluna Carta aos Tempos.
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