Posted by admin On janeiro - 26 - 2013

Por Arthur Medrado e Gustavo Kirchner

Mesmo antes  da morte recente de dois alunos da UFOP,  o consumo de álcool em Ouro Preto e Mariana, principalmente no que diz respeito a estudantes universitários, tem sido  pautado  pela imprensa local e nacional. O assunto foi novamente  agendado, desta vez pelo jornal O Liberal, que circula em Ouro Preto. A matéria foi publicada em 09 de dezembro de 2012, na coluna, “Carta aos Tempos”sob o título “Relatório policial mostra a liberalidade estudantil”. (http://www.jornaloliberal.net/coluna/carta-aos-tempos/)

O  texto, assinado  pelo colunista Mauro Werkema,  é tão surpreendente que mereceu esta edição do Cítrico, inaugurando as postagens do semestre, como exercício da  disciplina Crítica da Mídia .

Os alunos leram a coluna com o objetivo de observar o enquadramento dado pelo autor à  matéria, considerando que este é construído por meio de operações de seleção, exclusão ou ênfase em determinados aspectos e informações, compondo perspectivas gerais para a compreensão de acontecimentos e situações cotidianas.  A definição, oferecida por  Danilo Rothberg (ver link do Livro Vitrine e Vidraça nesta edição), acentua, ainda, tratar-se de pacotes interpretativos que conferem sentido a um assunto e que podem materializar-se tanto na ótica dos produtores da informação, que assim as repassam  implicitamente na organização de uma matéria jornalística, independente do gênero  textual.

As análises  foram unânimes no entendimento de que o texto em estudo leva ao público  uma imagem negativa tanto dos estudantes quanto das instituições universitárias,  generaliza situações por meio de julgamentos sem comprovação. Desta forma acirra conflitos latentes entre a cidade e as Repúblicas estudantis, distanciando-se dos princípios que vêm aprendendo no curso de jornalismo, os quais acentuam o papel social da profissão.

Embasados em conceitos estudados na  disciplina, os critérios utilizados para a redação das críticas  foram a análise dos termos empregados no texto,  o discurso presente na argumentação,  o gênero jornalístico, as associações de ideias, os valores notícia privilegiados , a adequação do texto ao Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros,  e o tratamento das informações por meio das  fontes.

Entendemos que formamos parte dos envolvidos nas denuncias feitas pelo jornalista, e por isso buscamos um distanciamento . Portanto, entendemos que não nos cabe julgar a pessoa do jornalista, mas  o seu texto. Nessa atividade seremos apenas tradutores das teorias que aprendemos em sala de aula. Não é uma questão de provocar, e, sim, de tentar mostrar outros caminhos para leitura dos conteúdos jornalísticos.
Desejamos a todos uma boa leitura do blog.

Referências: PORTO, M. Enquadramentos da mídia e política. In: RUBIM, Antonio Albino

Canelas (org.) Comunicação e política: conceitos e abordagens. São Paulo: Unesp; Salvador: Edufba, 2004.

Categories: Destaque

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