Posted by admin On outubro - 18 - 2010

Após o encerramento do primeiro turno das eleições no Brasil, realizado ontem (domingo) ficou definido que haverá um segundo embate entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSBD). A candidata favorita encerrou a primeira etapa com 46% dos votos, enquanto o tucano abarcou 32,6% dos eleitores. Este resultado surpreendeu boa parcela dos impressos nacionais e internacionais que declaravam vitória da petista logo no primeiro turno. Assim, tentando minimamente apreender as conclusões acerca desta contenda em veículos internacionais, serão acompanhadas as últimas notícias dos dois principais jornais argentinos (Clarín e La Nación) que tem como pauta este tema.

Na página virtual do jornal Clarín, uma matéria com imagem de José Serrá anuncia: “Um resultado que não faz mais do que aumentar a agonia opositora”. O texto, escrito por Eleonora Gosman, lembra do estado de euforia do PT e nos impressos brasileiros que apostavam numa vitória esmagadora da candidata logo no primeiro turno, destacando que em alguma medida esta conquista não foi atingida devido à artilharia de denúncias disparada pelo segundo colocado nas urnas. Porém, a matéria também critica a incapacidade de José Serra de melhorar sua popularidade, assinalando que boa parte dos eleitores que não votaram em Dilma optaram pela terceira via criada pela candidata Marina Silva do PV, que obteve impressionantes 20% dos votos. Em outra nota, desta vez escrita por Paula Lugones, a aposta na vitória da petista no segundo turno é tida como certa. No texto, intitulado de “A Obama do Brasil”, o jornal faz uma comparação da história de vida de Marina Silva com o atual presidente norte-americano, ressaltando que uma possível captação de votantes desta candidata para Dilma pode ser suficiente para garantir sua eleição para presidente.

O Lá Nacion também realça o triunfo de Dilma nas urnas. Na extensa matéria escrita pelo enviado especial César González-Clero, que tem como título “Dilma triunfa claramente, porém haverá segundo turno”, o tema principal circula entre as estratégias de Dilma e Serra na campanha eleitoral e da alta popularidade e impressionante participação no embate da ecologista Marina Silva. O texto realça que embora Dilma seja preferência do público-eleitor, sua popularidade nem de longe se assemelha a de seu padrinho, o atual presidente Luis Inácio Lula da Silva, que não conseguiu transferir seus 80% de aprovação para a presidenciável, ainda visivelmente inexperiente e sem expressão enquanto figura política. Assim, nesta segunda fase, quem terá peso direto na decisão serão os partidários de Marina, que é cotada como forte candidata ao mandato em próximas eleições. O La Nación enfatiza que, embora alguns adeptos da ambientalista tenham se mostrado a favor do tucano José Serra, dificilmente Marina mostrará apoio ao político, já que seus laços afetivos com o PT ainda são marcantes.

Thales Vilela Lelo

Leave a Reply