Posted by admin On novembro - 5 - 2012

Por: Aniele Avila, Bruna C. Mattos, Geraldo Adriano, Isabele Portela

Cinco títulos mundiais, centenas de grandes jogadores e a paixão do povo pelo esporte fizeram o Brasil ser reconhecido como o “País do Futebol”. Desenvolvido em solos tupiniquins, o esporte, originariamente britânico, tornou-se o mais praticado e amado entre nós. O País sediará, pela segunda vez em sua história, a Copa do Mundo; a primeira foi em 1950. Com estádios arcaicos e infra-estrutura deficitária, o Brasil sede da Copa de 2014, abre seus cofres públicos para garantir que o evento aconteça de acordo com os padrões de excelência de instituições internacionais que comandam o futebol, como a FIFA.

Quando a pauta é a Copa do Mundo de 2014, pode-se perceber que a “grande imprensa brasileira” enfoca justamente a quantidade de verba pública envolvida na organização do mundial. Essa abordagem é relevante, partindo-se do conhecimento que no Brasil o patrimonialismo, ou seja, a incorporação de bens e verbas públicos por órgãos e/ou instituições privadas, é sintomático, ou, talvez, crônico. O grupo destacou algumas reportagens, veiculadas pelos sites de jornais como Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, em que se percebem os seguintes enquadramentos: de conflito – em que os personagens estão em constante confronto entre eles e visam apenas a seus interesses particulares- e o episódico – cujo tratamento é superficial, não se abordando causas/ consequências de um determinado fato para a sociedade. Ou seja, esses grandes grupos de comunicação e, aí, especialmente o grupo Folha tendem, em suas publicações, a destacar apenas o gasto público e os conflitos entre políticos e cartolas; as matérias apresentam um tipo de enquadramento que não favorece a contextualização do tema.

Ora, é sabido que o patrimonialismo, à medida que promove o desvio de bens e verbas do setor público, prejudica o desenvolvimento igualitário e total do país, logo, deve ser combatido. No entanto, estes veículos tratam o tema apenas como reforço de um traço “cultural” do brasileiro, sem provocar uma efetiva discussão tanto sobre o desvio de verba em si, quanto de suas consequências – que afetam diretamente a população.

Além disso, o grupo entende que, embora o País tenha outras carências, como seu setor educacional, seus sistemas de saúde, transporte e segurança pública, é inegável que o Brasil, sendo o país do futebol, também carece de melhores condições infraestruturais tanto para atletas quanto para a população. Logo, essas obras, feitas com dinheiro público, podem beneficiar todos os brasileiros, amantes ou não do futebol e isso também deve ser discutido pela imprensa. Entendemos que o papel da mídia é contextualizar e dar subsídios para que a população se auto-governe; um povo bem informado está apto a mudar conscientemente os rumos de sua própria história.

http://www.estadao.com.br/especiais/brasil-entrara-no-1-mundo-das-arenas,165533.htm

http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1069634-fifa-ja-fatura-mais-de-r-16-bilhao-com-copa-2014.shtml

http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,blatter-diz-que-brasil-precisa-trabalhar-mais-e-falar-menos,855506,0.htm

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