Posted by admin On maio - 14 - 2012

Por Camila Maia, Cinthya Meneghin, Isadora Faria, Rodrigo Pucci

Histórias Cruzadas (The Help) foi um dos filmes indicados ao Oscar 2012. Mesmo não sendo um dos favoritos, só de

estar entre os indicados, já faz com que o espectador olhe com outros olhos para o longa. Chamou-nos a atenção, sobretudo a construção de personagens estereotipados. A partir daí, faremos uma análise das críticas dos sites Cineplayers¹ e Rioshow², para observar como eles construíram seus argumentos e se tocaram na questão dos estereótipos.

A crítica feita no site Cineplayers, por Emilio Franco Jr., traz uma análise bem mais completa passando pelas interpretações das principais atrizes até suas proposições quanto ao roteiro. Para o autor “problema dos estereótipos só foi superado pelas intérpretes”, ainda que o roteiro traga personagens “superficiais e unidimensionais”, para ele são as atuações contundentes e carregadas de emoção que fazem com que personagens caricatos pareçam mais complexos do que na verdade o são.

E apesar de tratar de um tema tão denso como a discriminação racial, a história é conduzida mais pela emoção do que pela verossimilhança, pois como citado no Cineplyers, a questão do racismo foi abordada de forma bem mais branda do que a realidade da Jackson dos anos 60. “O problema é que Histórias Cruzadas aborda o pesado tema da segregação racial na extrema conversadora Mississipi, mas não abre mão de no fim das contas ser um feel-good movie.”

O site Rioshow fez uma abordagem mais superficial, pois se detém no simples questionamento entre quem são as protagonistas, se são as personagens reprimidas ou as repressoras. Durante todo o texto ele apenas faz um resumo do filme e expõe os dois lados presentes na trama, levando o leitor a se questionar com qual parte se identifica. “Ao espectador que for assistir a “Histórias cruzadas”, filme de Tate Taylor que estreia amanhã no Rio, um conselho: pondere sobre sua percepção acerca de qual grupo racial é o protagonista da trama.”

Nota-se que apenas o Cineplayers traz uma análise crítica observando mais de um ponto a respeito do filme e, portanto mais interessante e completa, enquanto a última preocupa-se apenas em atrair o público para um filme emocionante. Não se pode negar que de fato ele o é, porém não consegue ser mais do que uma história tocante, já que os embasamentos históricos são fracos.

Contudo, The Help é projetado através de personagens caricatos. A mocinha lutadora que busca romper os padrões estabelecidos pela sociedade, as mulheres da cidade que crescem sendo educadas para se tornarem boas esposas e empregadas negras que passam suas vidas educando os filhos das patroas, enquanto seus próprios filhos estão em casa.  O papel masculino nesse caso é deixado em segundo plano. Os homens são meros coadjuvantes de uma história que relata o universo feminino, a relação entre as patroas e suas domésticas. Ou seja, mesmo com as interpretações brilhantes para nós o filme não consegue se livrar do estigma estereotipado.

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