Posted by admin On maio - 14 - 2012

Por Ana Luiza Batista, Ana Paula Rodarte e Mariana Mendes

É notável o interesse das mulheres nas revistas de moda feminina. Vendendo marcas, estilos, tendências. Elas influenciam um grande número de leitoras no mundo inteiro. No Brasil duas revistas se destacam não só pela grande tiragem, mas por serem vistas como referências de moda ao público – Vogue Brasil e Elle Brasil.
As edições do mês de Abril de 2011 das publicações citadas acima são objeto de estudo da análise sobre os estereótipos adotados pelas revistas de modas brasileiras.

Nas cartas editorais, observamos uma diferença. A Elle assinada por Lenita Assef, apenas discorre sobre o que é ser Chic e como esse conceito vem se transformando na atualidade. Já na Vogue observamos um editorial mais jornalístico, onde Daniela Falcão explica os últimos acontecimentos que influenciaram a moda, a nova coleção de Gisele para C&A e como Aline Weber vem se destacando nos desfiles.

A matéria da Vogue Brasil intitulada “Uma carioca nas altas rodas”, conta a história de uma designer brasileira que alcançou um sucesso fora do Brasil, e já diagramou famosas revistas estrangeiras. Durante a matéria, o jornalista deixa nas entrelinhas do seu texto, uma forma de exaltar Nova York, como neste trecho; “garota alta e esguia”( p.72 VOGUE).  Outra temática abordada neste e que pode ser observada ao longo de toda a revista é o padrão europeu de mulher. A forma de corpo, jeito “exemplares” que revista passa são de mulheres altas, magras. Isso é um pouco diferente da realidade brasileira, que existem mulheres de vários “tipos físicos”. E com essa “intolerância” aos outros tipos físicos, surgem transtornos como a anorexia e bulimia.

A da revista Elle, na matéria “De volta aos 90”, fala novamente da supremacia estrangeira na moda. Conta que a estilista brasileira teve que ir pra fora do país, para ser bem sucedida “A temporada no FIT (Fashion Institute of Tecnology) e na Parsons School rendeu teoria, prática, um ateliê no Brooklyn e o lançamento da primeira coleção”, (Elle, 2011 Abril). Exaltando como a forma nova-iorquina de fazer moda é “diferente” das outras.

Em ambas as matérias, podemos observar como elas tentam mostrar na forma de escrever e nas fotos escolhidas, as formas de vida americana e européia como espelho. Sendo que estas revistas, são voltadas para mulheres brasileiras, que vivem em um país de clima tropical e não tem a sua disposição as lojas da 5ª Avenida, nem um clima europeu para vestir os casacos de pele.

Nas propagandas publicitárias das duas revistas é possível notar a predominância de um biótipo: mulheres altas, magras, brancas e de olhos claros. Não mostram assim, mulheres que correspondam à diversidade de raças que hoje formam a mulher brasileira. Mulheres negras, mulatas e asiáticas não aparecem muito nas revistas, o que leva a crer que, apesar da Elle e da Vogue serem produzidas no Brasil, o ideal de beleza se corresponde ao padrão europeu se distanciando da nossa realidade.

Outro ponto que se pode notar, é que há predominância de mulheres morenas em propagandas de marcas brasileiras. Quanto mais populares no país são essas marcas, mais elas têm a pele morena e um corpo com uma aparência saudável, o que leva a crer que pela proximidade do padrão da mulher brasileira, que é resultado de uma miscigenação de raças, as marcas brasileiras querem atrair seu publico fazendo essas mulheres se identificarem com as modelos e assim consumir seus produtos.

Em anúncios de grandes marcas internacionais como Chanel e Vivara basicamente todas as modelos são loiras e magras o que possibilita avaliar que por essas marcas já estarem consagradas no cenário mundial elas não precisam se aproximar do padrão de beleza de nenhum país para atrair consumidoras.

Com esta pequena análise feita podemos observar que por mais que essas revistas sejam produzidas no Brasil, feitas em sua maioria por mulheres e homens brasileiros, e destinadas ao público brasileiro, que tem mulheres altas, magras, gordas, baixas, loiras, morenas, ruivas, orientais, mulatas. Enfim uma infinidade de belezas cada uma ao seu modo, as revistas tentam ditar uma pseudo beleza internacional, um padrão estipulado de pessoas “esqueléticas”.

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