Posted by admin On outubro - 14 - 2011

Por Joao Felipe, Pedro, Nathalia, Kleiton, Rafael Câmara.

Apesar da liberdade de imprensa ser, hoje, uma realidade, em alguns aspectos ela ainda é deixada de lado. Enfrentamos ainda hoje alguns tabus. Tome de exemplo a imprensa mineira que vive abafando casos do governo estadual, o que, infelizmente, ocorre há algum tempo e a situação parece permanecerá igual por tempo indeterminado.

No mundo do futebol não é diferente. A imprensa trata com vista grossa alguns assuntos pertinentes a população. O escandalo MSI no Corinthians, a máfia da Parmalat no Palmeiras, os Perrelas no cruzeiro, são alguns exemplos. Toda a imprensa sabe que a situação não anda bem, porém se faz de desentendida ou informa muito mal a população.

O mesmo acontece quando o assunto é Ricardo Teixeira, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e recém nomeado diretor do COL (Comitê Organizador Local). Presidente da CBF desde 1989, chegando a um mandato de 22 anos, pouco mais que a Ditadura Militar e com um diferencial, durante esses 21 anos de Ditadura tivemos cinco generais (Castello Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo) enquanto Ricardo segue soberano na direção do órgão.

A administração do nosso cartola-mor passou por altos e baixos, assim como sua relação com a maior emissora de TV aberta do país, a Rede Globo. Não por acaso a emissora de Roberto Marinho, queridinha de Teixeira, possui os direitos de transmissão de jogos do campeonato brasileiro e da seleção de nosso país. No entanto em 2001 as vésperas da Copa do Mundo na Coreia e no Japão, Ricardo Teixeira e TV Globo tiveram um atrito, gerando uma edição do semanal Globo Repórer que denunciou irregularidades no contrato da CBF com a marca esportiva Nike, além do enriquecimento exponencial de Ricardo Teixeira.

Superada essa crise, o cartola viveu um período de calmaria, agora, porém, o todo poderoso enfrenta uma situação mais delicada. A Fifa pressiona o andamento das obras para a copa do mundo de 2014 e a Rede Record o tem como um inimigo, já que a emissora ainda não digeriu a perca dos direitos de TV do campeonato brasileiro nos últimos momentos para a Globo, mesmo dando uma maior quantia de dinheiro. Tudo isso faz com que a imprensa comece a dar mais atenção as negociações de Teixeira.

Trazendo mais lenha para a fogueira, estão as torcidas organizadas que se uniram e passaram a organizar protestos simultâneos em todos os estádios da série A do Campeonato Brasileiro. Além do movimento ser catalizado pelas redes sociais como Twitter e Facebook. A rede Record, é claro, toma a dianteira na cobertura desses protestos e até criou uma parceria com a Frente Nacional de Torcedores (FNT), que ofereceu apoio logístico a emissora.

No último dia 01 a FNT organizou mais um protesto nos estádios pedindo a saída de Ricardo Teixeira. Na edição do dia 02 a Folha de SP publicou, no caderno de esportes, uma nota sobre protesto, já no caderno Ilustríssima a Folha publicou “As favas com Fifa”. entrevista com o Jornalista Juca Kfouri que também é um colaborador do jornal. Sempre que pode, Juca detona Ricardo Teixeira, nessa entrevista não foi diferente.

Na briga contra Teixeira, o governo fica de mãos atadas, já que a CBF é uma empresa privada que tem gestão própria. Cabe então à imprensa trazer a tona o que acontece lá dentro. Em um assunto como a Copa do Mundo, a imprensa precisa, desde já, ser mais enérgica. Há muito dinheiro circulando para promoção do evento, dinheiro público por sinal. Não podemos ficar dependente de uma emissora com dor de cotovelo e um jornalista que é um desafeto público de nosso Cartola-mor. A cobertura não deve ser espetacular só dentro das quatro linhas, mas principalmente fora delas.

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