Por Cibele Souza, Cristiane Guerra, Jorge Lelis, Mickael Barbieri, Nicole Alves e Thiago Guimarães

O jornalismo impresso vem se reformulando em torno do fazer noticioso e, em conseqüência, sua linguagem tornou-se híbrida e mais dinâmica. A inserção das mídias digitais acabou por exigir uma maior agilidade e um aprofundamento das temáticas, o que possibilitou ainda aos veículos uma busca por estabelecer diálogos com outras formas de noticiar.

Este é o caso do jornal O Tempo, que é veiculado tanto na mídia impressa quanto na mídia on line. Através de uma análise semanal, pôde-se perceber sua política de aproximação com o público, diversificando a forma de acesso e linguagem, porém, a amplitude das questões não é, ainda, uma característica evidente do noticiário.

A análise da editoria Brasil do jornal O Tempo, nos remete a temáticas de Saúde, Ciência, Educação e Segurança pública, com destaque para a última. O tema da Segurança pública é recorrente e gira em torno de conflitos, uma cobertura mais factual e menos aprofundada, não trazendo uma discussão acerca do que, de fato, poderia ser realizado em prol da diminuição da violência. Nota-se uma brevidade nas notícias de forma que o leitor se torna informado, porém sem elementos que possibilitem um engajamento, configurando-se assim em uma percepção rasa dos acontecimentos.

No que concerne à temática da Ciência, há uma exceção, através de uma valoração nos feitos e pesquisas realizadas que favorece uma contextualização, tornando mais abrangentes as implicações diretas no cotidiano do leitor. São oferecidos dados e informações relevantes que, ao serem incorporados de uma forma e com uma linguagem mais clara, traz uma efetividade no valor informacional de um campo mais técnico, como é o caso da Ciência. Há um destaque para o país no cenário mundial, como no caso de pesquisas e prêmios internacionais mencionados nas matérias, dessa forma, o caráter de proximidade se estabelece.

O jornal, na editoria Brasil, opta por dar ênfase a notícias de âmbito mais geral, entretanto, dando um tratamento mais regional como forma de traçar uma política de proximidade com o seu público. Todavia, não há uma ramificação do conteúdo e seu desdobramento torna-se escasso, raso. A atuação social do veículo não se atém a questões meramente comerciais, há uma preocupação com o interesse público, porém a brevidade e incompletude dos conteúdos não permitem uma agregação de valores que possibilitem uma formação independente de opinião por parte do leitor. Uma forma de melhorar essa atuação é a ampliação do uso de fontes, dando vazão a uma pluralidade de vozes e promovendo o debate, principal fonte de uma comunicação democrática.