Por Cibele Souza, Cristiane Guerra, Jorge Lelis, Mickael Barbieri, Nicole Alves e Thiago Guimarães
Ao analisar os jornais semanais “A semana”, “Ponto Final” , “Folha Marianense” e “O tempo dos inconfidentes” sobre a cobertura do aniversário de 10 anos do atentado terrorista de 11 de setembro, nos Estados Unidos, percebe-se um esvaziamento do tema. O espaço destes jornais é totalmente destinado a assuntos regionais.
De acordo com Douglas Couto, jornalista de A Semana, estava prevista uma enquete com os moradores e personalidades para saber o que eles estavam fazendo há dez anos no momento em que os aviões chocaram contra os prédios do World Trade Center. Mas devido ao volume de assuntos regionais e o limitado espaço físico do semanário, a equipe optou por não tratar do tema. “Considerando que a imprensa nacional e mundial saturou o assunto, sendo que alguns canais de televisão falaram sobre este marco histórico durante 15 dias, nós priorizamos os assuntos regionais”, conta Douglas. A única alusão ao episódio encontrado no jornal é a reprodução de um tweet vindo, provavelmente, de um leitor que reclamava da cobertura exacerbada da mídia na semana do aniversário, na edição 389, de 15 a 21 de Setembro.
A não repercussão do assunto nos jornais analisados nos remete à seguinte problemática: o agendamento da grande mídia não é representativo nos jornais locais. A questão regional prevalece nas matérias e se deve, sobretudo, ao espaço que estes jornais têm para assuntos gerais que, por se tratar de publicações semanais, torna-se ainda mais reduzido. Porém, trata-se de um fato histórico que marcou o início deste século. Uma questão de interesse público, localizada no campo econômico-social, tendo em vista a influência norte-americana no globo. E é interessante a contextualização de temáticas que promovam o intercâmbio.
O esvaziamento do tema por parte da mídia local acaba por excluir uma pauta de cunho político essencial para a população. O que se pretende não é a busca pelo adequamento por parte desta mídia na mídia nacional e internacional, a questão deve partir do micro para o macro, considerando seu alcance e relevância.
