Posted by admin On setembro - 23 - 2011

Por Aline Barreíra, Lorena Silva, Maysa Souza, Pablo Gomes, Renata Torres e Thalita Neves

Direta ou indiretamente, a televisão está presente no cotidiano do povo brasileiro, exercendo um papel fundamental na sua formação e atitude. A TV aberta está calcada num modelo comercial, ou seja, precisa vender para se manter, tanto no horário publicitário, quanto durante a programação. Sendo o meio de maior alcance, tem o poder de transformar qualquer acontecimento, por menor que seja, em um grande espetáculo. Tudo o que é apresentado na tela torna-se verdade absoluta para aqueles que não possuem outros referenciais informativos ou repertório que lhes permita fazer uma leitura crítica do meio. Neste caso, portanto, a TV é um veículo que dita regras, modas, estilos e ideologias.

Mesmo depois de uma década, a destruição do World Trade Center teve repercussão na mídia nacional e mundial. Nos 10 anos do ataque, julgado pela maioria como o maior atentado terrorista da História, a televisão se pautou em exibir reportagens especiais, documentários, entrevistas com quem presenciou, quem socorreu as vítimas e com os familiares que perderam alguém no dia 11 de setembro.

O “Fantástico”, da Rede Globo, fez uma cobertura exacerbada, uma vez que criou um logotipo especialmente para a data e começou a repercutir o tema já no dia 4 de setembro, mostrando durante todo o programa trechos de um documentário produzido pela BBC de Londres. O filme exibiu depoimentos dos sobreviventes, bombeiros que ajudaram no resgate, familiares das vítimas e de pessoas que acompanharam de perto o avião se chocar às “torres gêmeas”, além de mostrar cenas inéditas de dentro do prédio na hora do atentado.

No dia 11 de setembro, Patrícia Poeta apresentou o “Fantástico” diretamente de Nova York. O programa contou com três reportagens: a primeira mais humanizada; com depoimentos emocionados e a presença de um brasileiro, o que causou ao telespectador uma sensação de identificação e proximidade com o acontecimento.

A segunda mostrou Chicago, nos Estados Unidos, e as homenagens que ocorreram durante todo o dia na cidade. A reportagem expôs as lágrimas dos americanos, os cumprimentos e a solidariedade dos estadunidenses durante os shows em homenagem às vitimas. O enquadramento utilizado pela emissora buscava cenas que sensibilizassem mais. A terceira reportagem foi sobre os dois brasileiros que morreram e não estão na lista oficial das vítimas do atentado.

Nota-se que o 11 de setembro é um tema comumente agendado pela mídia, reafirmando o acontecido como o principal atentado da História. Porém, quais parâmetros justificam esse conceito? Se parte do pressuposto de que os critérios utilizados são o número de mortes e a área devastada, o 11 de setembro, que vitimou cerca de três mil pessoas, não deveria ser considerado como tal. Isso porque o ataque às cidades japonesas Hiroshima e Nagasaki, no final da Segunda Guerra Mundial, matou aproximadamente 220 mil pessoas e deixou conseqüências que permanecem até hoje. Além disso, outros fatos, tão relevantes quanto o 11 de setembro, não são pautados com tamanha veemência pela mídia.

Se o papel dos meios de comunicação é transmitir os fatos em sua neutralidade para que as pessoas formem sua opinião, vê-se que a mídia precisa se reestruturar e diminuir seu caráter comercial, priorizando sua real função de mediador da sociedade. Ao invés de dramatizar um determinado tema, deve se preocupar em apresentá-lo à sociedade de maneira idônea e legítima.

Ataque à mídia

Os Estados Unidos é rotulado pela mídia como vítima no atentado de 11 de setembro. Porém, não é retratado que, logo após o ataque, o país invadiu o Afeganistão e o Iraque, alegando que ambos possuíam um arsenal de bombas atômicas, que nunca foi encontrado. Segundo a ONU, aproximadamente trinta e cinco mil pessoas morreram durante a Guerra do Iraque, um número dez vezes maior do que no 11 de setembro.

Veja as matérias veiculadas pelo Fantástico:

Dia 04 de setembro: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1671987-15605,00.html

Vídeos do documentário da BBC: http://www.youtube.com/watch?v=Ev_exrGESsk

http://www.youtube.com/watch?v=3EaDVOA-E74

http://www.youtube.com/watch?v=eUQbQ9_VCko

http://www.youtube.com/watch?v=s4L2EAvqMZE

Dia 11 de setembro: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1672635-15605,00.html

http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1672637-15605,00.html

http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1672630-15605,00.html

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