Posted by admin On setembro - 14 - 2011

Por João Felipe Lolli, Kleiton Borges, Nathália Barreto, Pedro Fernandes e Rafael Camara

É grande o impasse entre o Governo de Minas Gerais e os professores da rede estadual. Quando foi escrito este texto (que, por sinal, é nosso primeiro trabalho para a disciplina Crítica da Mídia), já passava de 90 o número de dias que os professores aderiram à greve, lutando por um aumento de salário que equipare os vencimentos deles ao piso mínimo fixado pelo Governo Federal. Mas como foi feita a cobertura dessa greve? Tentando responder parte dessa pergunta, analisamos o “Jornal da Itatiaia – 2ª edição”, que vai ao ar de 12h30min à 13h, de segunda a sábado, na rádio Itatiaia, uma das maiores rádios do Brasil. Foram analisadas as edições de 29 de agosto a 05 de setembro.

Durante o período de observação, sempre que as notícias relativas à greve foram veiculadas, havia uma entrevista sonora, ora com algum representado do Governo do Estado, ora com algum representante do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE). Em momento algum as notícias foram objeto de algum tipo de análise ou comentário, seja da âncora do jornal, a jornalista Kátia Pereira, ou de algum articulista da emissora.

Nas edições analisadas, houve entrevistas com o Governador do Estado, Antônio Anastasia, e a presidente do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira. Ouvir os representantes máximos dos dois lados é, sim, um ponto positivo na cobertura. Entretanto, não acompanhamos o inicio da cobertura dessa greve. Agora, ela já dura 3 meses e, sem dúvida, o ouvinte quer esclarecimentos de quem mais pode e deve fazê-los: o governador e a presidente do sindicado da categoria.

Os dois lados foram ouvidos e o espaço dado a cada um deles foi praticamente o mesmo. Porém, faltou ao jornal uma análise mais aprofundada e contextualizada sobre o assunto. Na edição de quarta-feira, 31 de agosto, por exemplo, a repórter Gabriela Speziali, direto de Brasília, informou que o governador Anastasia, após audiência com o ministro da Educação, Fernando Haddad, tinha conseguido do ministro o direito de contratar, a toque de caixa, professores temporários, para substituir os educadores de greve. A cobertura foi muito “mecânica”, “engessada” e sem profundidade, pois afinal trata-se de uma greve que atinge praticamente toda a população do estado.

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