Posted by admin On setembro - 10 - 2011

Cibele Silva, Cristiane Guerra, Jorge Lelis, Mickael Barbieri e Thiago Guimarães

A articulação de frentes de lutas pela educação vem ganhando força após o advento das redes sociais na internet. Um ambiente sem fronteiras geográficas e políticas é o que os militantes buscavam para melhor elaborar suas estratégias, como é o caso do Movimento Quero Educação no facebook, que busca divulgar projetos envolvendo a temática e abarcar correntes ideológicas variadas. Com a participação de 221 membros espalhados pelo país, o grupo expõe e busca dar uma maior visibilidade às questões sociais referentes à Educação no país.

A vontade de criar o grupo partiu do estudante de jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Paulo Victor Fanaia, o “PV”. Ao observar como se davam as reações ao Projeto de Lei do senador Cristovam Buarque (PDT –DF), Nº 480 de 2007, que determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014. “Essas pessoas não são contra a educação, mas contra esse projeto. Tudo bem. Mas como botá-las nas ruas?”, conta Paulo Victor.

As principais questões tratadas pelo grupo, no momento, baseiam-se em apoiar a greve das universidades federais e da rede estadual de Educação; a marcha contra a corrupção; e a luta pelos 10% do PIB para a Educação. Entretanto, por se tratar de um grupo aberto, é possível notar que esses pontos são vistos como horizontes, jamais como imposições, uma vez que o tema é visto como unânime independentemente de quais sejam as opiniões ou posições políticas, “Eu não imponho minha visão política no grupo, tampouco censuro quem apresentar artigos ou linkar bandeiras. Até porque a Educação é unanimidade em qualquer ideologia”, diz PV.

Vistas estas questões, pode-se notar como se estabelece a dinâmica do grupo. Majoritariamente, a presença de links externos para jornais de grande circulação, blogs, sites do Governo e, inclusive, para plataformas de partidos concorrentes confirma a pretensão de não haver censura nas publicações e denotam preocupação em conscientizar, não apenas a apresentar uma tese pronta. Além disso, os materiais tidos como amadores, que é o caso de vídeos e testemunhos pessoais postados, não deixam de ser levados em consideração, sendo que os debates se constroem pelos comentários embaixo de cada postagem e que estão acessíveis a todos.

O caráter híbrido e globalizante das redes sociais é a principal ferramenta para grupos como este que, ao invés de recorrerem a práticas tradicionais de divulgação, estão cada vez mais buscando formas alternativas e que englobem o maior número de pessoas. O facebook, bem como o twitter e demais redes sociais, tratam de propiciar ao cidadão uma consciência participativa. Aos poucos, as barreiras do “midiatismo” corporativista vêm perdendo lugar para militâncias que se mesclam a uma identidade virtual. E, dessa forma, a ação coletiva pode transformar-se em um nicho de novas idéias de visão ampla, construída e evidenciada através de posições individuais, porém gregárias.

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