Posted by admin On outubro - 6 - 2010

Os jornais de circulação estadual e nacional deram ampla cobertura em meados do mês de agosto aos acontecimentos do processo eleitoral em curso. O início da campanha nas TV’s e rádios deflagraram uma onda de reportagens, análises e artigos de opinião comentando e apontando os acertos e erros dos programas dos candidatos.

Em matéria intitulada “Táticas distintas, clima morno”, o jornal O Tempo dedicou toda a página 4 para repercutir o programa eleitoral dos candidatos a governador e senador de Minas Gerais.

O jornal utilizou o padrão da cobertura do dia anterior, relativa ao início da campanha dos presidenciáveis, mostrando uma matéria principal, sobre os programas eleitorais, uma menor, com a avaliação de uma família acompanhada pelo repórter, e a análise de um especialista.

A matéria principal, assinada pelo repórter Rodrigo Freitas, comparou as táticas dos programas eleitorais de Hélio Costa e Antônio Anastasia, candidatos ao Palácio da Liberdade. Assim como as peças para a TV, a matéria pouco aprofundou nas questões relativas as propostas de governo e aos planos dos políticos.

A reportagem sobre a avaliação da família prendeu-se nos lugares-comuns do discurso sobre política. Pouco acrescentou ao conteúdo da matéria principal e tratou o processo eleitoral (especialmente as campanhas de TV) como um ringue em que vence quem mais grita.

Por fim, a análise do cientista político Malco Camargos foi rasa e perdurou o discurso da batalha eleitoral, ao invés de processo ou debate.

Vemos que os jornais e seus editores perderam uma excelente oportunidade para debater as propostas de campanha e se entregaram à estéril e histérica discussão sobre “quem foi o melhor nos programas”, como se toda a política fosse um grande reality show em que vence o mais bem posto à frente das câmeras e microfones.

Fábio Almeida, Marcelo Quintino, Mateus Fagundes, Simião Castro e Wagner Baldez

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