Mais uma vez o caos causado pela violência urbana no Rio de Janeiro toma conta das manchetes dos jornais. O mais triste é que não há muita novidade nisso. O jornal Folha de São Paulo já coloca as noticias em “Cotidiano”, por ai vemos o quanto é novidade carros incendiados, arrastões, tiros, balas perdidas, pessoas assassinadas sem motivo.

Vemos uma verdadeira cobertura de guerra nos veículos de comunicação. A polícia nunca parece ter tanto trabalho, me impressiona como em momentos de crise ela consiga prender uma meia dúzia de acusados, ocupar uma meia dúzia de favelas, e me impressiona ainda mais como quando uma nova crise aparece nada disso parece ter sido feito. Parece-me que quando os olhos do país e quiçá do mundo, se voltam para os problemas da violência urbana ocorre um desespero em mostrar que algo está sendo feito na cidade. Fica a dúvida se a cidade tem condições de se preparar para oferecer segurança para as pessoas que pretendem visitar-la nos próximos meses.

A “guerra” que ocupa os portais de noticias, a televisão e os jornais não deixa de existir nem por um dia, os cariocas presenciam situações semelhantes todos os dias, a violência já não é mais tratada como algo chocante, absurdo. O que vemos na televisão não é mais capaz de chocar como deveria. Que fique claro que isso não é uma devesa de coberturas sensacionalistas é apenas uma insatisfação com a mídia e com as pessoas que parecem não se surpreender com esse caos todo, que parece não se solidarizar com que perde alguma coisa.

Editorias de polícia exigem mesmo um certo cuidado no tratamento das notícias, são temas delicados, imagens que as vezes são fortes demais para ocupar a primeira página, mas tanto cuidado e polidez não deve deixar parecer que não é nada demais. O que o Rio de Janeiro está vivendo têm que nos assustar justamente para não nos acomodarmos. Um chefe do tráfico preso em um presídio de segurança máxima não pode deixar cidadãos inocentes presos em casa.

Grupo: Rayane Resende, Sabrina Carvalho, Tabatha Barbosa, Yumi Inoue