Posted by admin On outubro - 23 - 2010

No dia 10 de outubro, estreou no Fantástico o quadro “Terra, que tempo é esse?”. Nessa produção, os repórteres Sônia Bridi e Paulo Zero mostram alguns lugares que já sofrem com o tão comentado aquecimento global. A série se passa por 12 países e no último episódio desse domingo, os jornalistas mostraram os efeitos do clima em Vanuatu e na Itália.

É possível notar uma grande semelhança de formato com os documentários do Discovery Channel e BBC – narração em off, que se traduz no desejo de explicitar uma verdade; e os enunciados assertivos, que são assumidos por entrevistas e depoimentos de especialistas. Importante também ressaltar que o Fantástico já fez algumas inserções de produções da BBC em seu quadro de programas, como é o caso de “Vida Selvagem”.

A série “Terra, que tempo é esse?” mescla autoridade e pessimismo, transparecendo um tom de desespero. Ao longo de todos os episódios, existem músicas de background sombrias, traduzindo um universo de crise e medo. Sônia Bridi, em entrevista no Programa Jô Soares, disse que Não é uma série feita para assustar, mas para chamar a atenção”, o que não reflete exatamente a experiência do telespectador ao assistir o programa. Os depoimentos colhidos dos mais diversos especialistas são carregados de preocupação e conflitos. E, como eles são as vozes da série, é bastante explícita essa posição.

Uma característica importante e pertinente é a preocupação em facilitar as informações de um assunto distante para o espectador, traduzindo números gigantescos em comparações. Tais comparações são traçadas de maneira bastante real, inclusive não apenas exercitando o imaginário de quem assiste, mas apresentando uma figura ilustrativa. No segundo episódio da série, que se passa na Groenlândia, um pedaço de gelo se desprende de um iceberg e Sônia Bridi revela suas dimensões como “do tamanho do Congresso Nacional”. Está certo que não é a maioria dos brasileiros que conhece o monumento, o que até pode soar como equivocado, mas é uma maneira interessante de tratar de grandes volumes. Em outros momentos do programa, existe a tradução dos números em “cubos de gelo”, “caixas de leite” e outras opções mais verossímeis.

Por cunhar esse caráter documental, cada episódio da série varia entre 9 e 12 minutos, maciços de muita informação, o que acaba sendo um tanto quanto cansativo para um programa televisivo dominical.

Texto por: Amanda Rodrigues, Allãn Passos, Enrico Mencarelli, Leidiane Vieira, Lucas Vasconcellos, Tábata Romero.

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