Posted by admin On novembro - 23 - 2010

Grupo: Fernando Gentil; Luana Viana; Mayara Gouvea; Olívia Mussato; Rodolfo Gregório

Olhar sensível. Boca, pele, ouvidos sensíveis. O jornalista que deseja se entremear pelos caminhos da literatura deve estar aberto para sentir e receber o mundo que lhe rodeia. Enxergar o outro além da própria retina para então construir um perfil que conduza à reflexão foi a ideia abordada no último Ciclo Bravo! De Jornalismo e Literatura. Com o tema “A construção de perfis no jornalismo”, João Moreira Salles e Ubiratan Brasil se apresentaram na sexta edição do Fórum das Letras, com a mediação de Marta Maia.

“Jornalismo Literário é um termo pretensioso” refletiu Salles. Para o cineasta, tal definição traduz a ideia de que o jornalismo não seja reconhecido somente pelo seu valor próprio, tendo que se apoiar na literatura para ser valorizado enquanto tal. Porém, a relação estabelecida pelo termo “jornalismo literário” não deve ser reduzida à condição de parasita/hospedeiro. Mais que isso, o casamento entre jornalismo e literatura abrange a cooperação mútua entre as características e paradigmas que ambos possuem. A objetividade jornalística, os meios de apuração e a imparcialidade se embebedam na fonte de outras narrativas e de toda fruição proporcionada pela literatura, para gerar o que hoje chamamos de “Jornalismo Literário”.

Dentro dessa perspectiva, o debate sobre a construção de perfis veio à tona. Ubiratan Brasil assistia ao jogos do Pan-Americano quando avistou na arquibancada um velho ídolo do boxe. Entusiasmado, foi a seu encontro. Já próximo, cumprimentou-lhe e naquele momento percebeu que o grande lutador, veterano em tantos nocautes, possuía mãos macias, de textura leve. Esse foi o contato necessário para o jornalista se empenhasse a escrever o perfil de seu ídolo.

Da literatura, nasce a sensibilidade. Do jornalismo, brota a percepção… E na bravura da profissão, reinventam-se cenários e olhares para a realidade do jornalista. Construções renascidas entre Jornalismo e Literatura para que o personagem revelado seja possível.

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