Posted by admin On setembro - 14 - 2016

A propaganda foi fortemente utilizada para o controle das massas, bem como, manobra de convencimento, e porque não dizer, uma espécie de justificativa para os ataques e guerras que perpassam a história da humanidade. O primeiro capítulo do livro “O controle da mídia: os espetaculares feitos da propaganda”, aborda o contexto da Primeira Guerra Mundial como contexto, utilizando como exemplo as propagandas do governo americano de Woodrow Wilson. Wilson criou um comitê chamado “Comissão Creel”, que em seis meses transformou uma população que até então defendia a paz e a ordem, em um bando de histéricos à favor da hegemonia americana e exterminadores da Alemanha.

Para o contexto da democracia, Chomsky não deixa de destacar a importância da mídia para a criação de um consenso político. Em síntese, o discurso criado pelos meios de comunicação, atrelados aos interesses do governo, levando uma nação a crer que querem ou precisam da mesma coisa. Tais manobras são facilmente executadas, pois, para o autor grande parte da população (população de massa) é estúpida demais para questionar a posição diante dos gestores políticos (p. 17).

O autor destaca que para fabricarmos uma opinião, precisamos amedrontar a população, plantar uma ideia que destabilize a sociedade emocionalmente, democraticamente e moralmente(p. 27). Mesmo que grande parte da massa seja controlada por ideais e ideias fabricadas por toda manipulação forjada, existem aqueles que resistem e desafiam os discursos propostos. Existem tensionamentos e crises dentro de qualquer tentativa de manobras de massas. Por exemplo, vivemos hoje no Brasil um golpe político cujos argumentos e contextos criados, foram executados pela mídia, pela oposição ao governo e pelo judiciário. Mesmo que os grandes jornais estejam ao lado do discurso do impeachment da presidenta Dilma, existe uma grande parcela da população que vai contra, questiona e resiste a toda e qualquer tentativa de manipulação da informação e da verdade. Em síntese, é preciso deturpar a história, as verdades e alinhar muito bem o que a grande mídia veicula, atrelando o uso da força e da violência para controlar àqueles que resistem em acreditar no que lhe está sendo imposto.

Noam utiliza muito como exemplo as grandes guerras e ataques aos muçulmanos para nos elucidar sobre os efeitos de um sistema político e democrático que se sustentam sobre fortes programas de controle e propagandas. É durante uma crise política ou momentos de enfrentamento militar, que conseguimos visualizar os efeitos e/ou poder dos embargos de informações que não sejam ataques sobre “os inimigos”, justificando assim, os motivos para determinada ação. Para o autor a alternativa mais fácil encontrada pelos governantes e pela mídia, é utilizar-se da hipocrisia. Por meio de ataques a moral, a supremacia, a democracia e aos direitos sociais, é que o discurso de controle se forma. Se um governo supre as necessidade intelectuais e econômicas de um povo, significa que as classes médias e altas não irão mais deter o controle sobre essa determinada parcela social. Logo, é possível criar um discurso que nos leva a crises políticas e enconômicas, que justifiquem por exemplo, cortes de gastos com assistência médica gratuita, educação e direito à moradia digna para os menos abastados. O controle da mídia por meio das propagandas é capaz de derrubar sistemas políticos, governos democráticos e cruzar a linha dos direitos humanos, patrocinando assim, a famigerada barbárie que vivenciamos nos quatro cantos do mundo.

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