Posted by admin On agosto - 1 - 2016

por Giselle Borges, Luana Carvalho, Matheus Maritan e Sandro Andrade

Iminente a assistir uma presidente eleita democraticamente ser afastada por um processo sem base legal, Revista Veja  mantém discurso de legitimação do impeachment.

 As revistas semanais, assim como outros meios de comunicação, possuem uma grande influência sobre o público. A opinião que estas mídias assumem atingem de forma direta ou indireta a sociedade. Com a proposta de fazermos análise de um algum veículo de comunicação sobre o Impeachment da Presidente Dilma Rousseff,  escolhemos a Revista Veja como objeto de estudo.

Com uma tiragem superior a um milhão de exemplares, a Veja é uma das revistas mais lidas no país. Com um tom bastante conservador e politicamente localizada à direita, sua narrativa faz desaparecer boa parte das nuances desse processo e oculta personagens e fatos importantes da crise política.

Por meio do acervo digital da revista, buscamos fazer de forma cronológica uma retrospectiva das reportagens de capa para traçar uma linha de raciocínio sobre a posição e angulação da Revista para as abordagens relacionadas ao processo de Impeachment.

Nosso ponto de partida é a matéria publicada  no dia oito de julho de 2015, onde a revista apresentou anotações e planilhas envolvendo um

Capa da Revista Veja de 4 de maio de 20

 um esquema de corrupção entre governo, políticos e empreiteiros.  Ao todo, analisamos vinte edições da revista, que em sua maioria tiveram as reportagens assinadas pelos repórteres Daniel Pereira, Rodrigo Rangel e Robson Bonin.

A Veja utiliza termos pejorativos como: “Faxineira Ética”, “Liquidação de Cargos” para se referir a presidente e seu governo. Dessa forma, fica evidente o posicionamento  da revista em querer fazer oposição ao que Dilma representa. Por muitas vezes as edições colocaram em debate o despreparo de Dilma como presidente e por outro, evidenciavam as características e qualidades de Michel Temer.

Das críticas feitas ao governo pela revista, é evidente que a presidente tornou-se vítima de preconceito, em especial por se tratar de uma mulher.

Durante o processo enfrentando por Dilma, o enquadramento das reportagens veiculadas nas edições analisadas leva o leitor a acreditar que a presidente de fato cometeu um crime de responsabilidade – o que é necessário para que o Impeachment seja validado.

Por fim, nosso estudo encerrou na  edição nº 2478, publicada no dia 18 de maio de 2016,  dias após os deputados votarem a favor do afastamento da presidente Dilma das funções exercida no congresso.

Com o prazo de 180 dias para provar sua inocência, Dilma aguarda a coleta das provas por parte do Senado Federal. Após esse processo, a presidente tomará conhecimento do seu destino na presidência: se volta ao poder ou se seu vice interino irá assumir o governo até  as próximas eleições presidenciais.

Todas as informações das edições analisadas estão disponíveis na linha do tempo:

https://cdn.knightlab.com/libs/timeline3/latest/embed/index.html?source=1tsYT6Knq1P8SgbAW6znEXpDgReJ-4DydFz0dr4UZK7s&font=PT&lang=pt-br&initial_zoom=2&height=650

 

Leave a Reply