Posted by admin On novembro - 17 - 2010
Por Ana Beatriz Noronha

A edição online da Revista Galileu e do jornal Estadão desta semana trazem a mesma matéria referente à possível prova de existência de vida em Marte. Na edição online da revista a matéria encontra-se na editoria espaço, já no Estadão, vem dentro da coluna de ciência.

Interessante observar o jornalismo científico pelos aspectos de seu lugar nos meios de comunicação. Em certos veículos onde não há o espaço próprio para pautas de Ciências e Tecnologias, os assuntos às vezes se encontram subordinados as editorias de assuntos Internacionais – pela origem das notícias; ou de Economia, pela abordagem utilitarista das inovações tecnológicas. Tanto Galileu, quanto o Estadão mantém as notícias científicas em uma editoria específica, o que facilita o acesso e dá maior clareza a transmissão destas informações.

A linguagem das notícias nestes dois medias começa a se diferenciar nos próprios símbolos adotados na estrutura do texto, como termos mais científicos trazidos pela Galileu, e expressões mais simplificadas pelo Estadão; no viés científico de caráter reflexivo que se percebe mais forte na edição online da revista que na edição do jornal; no lead dos dois suportes, que no jornal aparece mais conciso e claramente, com frases curtas e diretas, já em Galileu possuem uma narrativa mais densa e com mais detalhes.

Os títulos das matérias ‘Descobertos sinais de fontes de água quente no passado de Marte’, pelo Estadão; e ‘Depósitos de Sílica em Marte podem esconder resquícios de vida’; pela Galileu, oferecem a primeira impressão das distinções que serão oferecidas nos textos que se seguem. Galileu, pelo caráter mais incisivo de revista científica, embora também aborde temas diversos, mantém sua linguagem bastante relacionada à própria linguagem e pensamentos científicos; o Estadão, levando em conta a linguagem mais sucinta que prevalece nos jornais, traz a ideia científica transcrita de forma mais simples e direta para seu público.

Considerando-os como suportes distintos nos quais circulam por vezes as mesmas informações, em alguns pontos as mensagens transmitidas em suas matérias se distanciam pela própria linha editorial que é diferente de uma revista para um jornal, sobretudo nestes dois casos; mas também se aproximam na busca pelo fazer jornalístico que se percebe querer cada vez mais se embasar nas questões científicas para dar corpo e voz com propriedade às suas notícias.

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