Posted by admin On junho - 8 - 2015

Por André Nascimento, Bárbara Torisu, Caroline Antunes, Edmar Borges, Gabriel Campbell, Isania Silva dos Santos, Janaina Maria de Almeida, Marina Morgan da Costa e Sabrina Passos.

No atual contexto político do país, um fenômeno é observado: as propostas de parlamentares e argumentos políticos estão cada vez mais pautados em princípios religiosos. Constitucionalmente, o Brasil é um Estado laico e, de acordo com a  democracia representativa, os parlamentares eleitos devem prezar pelos interesses da maioria da população, resguardando direitos dos cidadãos e proporcionando, através de leis e projetos, uma melhor qualidade de vida para todos.

Uma das armas das religiões para impor seus pensamentos e ideologias, são as mídias sociais.

IGREJA CATÓLICA

Na página Católicos Não Votam no PT fiéis expressam seu posicionamento diante do Partido dos Trabalhadores. A página posta imagens em que atacam Dilma e o governo PT.

A página compartilha postagens vinculadas a outras páginas de direita, como a do deputado federal pelo PSDB Adrian Paz. Ele, por sua vez, é declaradamente católico (inclusive, faz uso de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida em sua capa) e é possível encontrar em sua linha do tempo postagens que remetem aos “benefícios” do regime militar, onde há uma declaração de Amado Batista dizendo que só tem a agradecer ao Governo Militar pelo que chamou de “corretivo” que recebeu nos anos de chumbo.

Além dessas páginas, a Obedientes à Igreja e ao Magistério propaga também mensagens contra o governo brasileiro atual. Destaca-se o compartilhamento de um link denominado “Motivos pelos quais um católico não pode votar no PT”. No site, uma lista é descrita aos fiéis com as razões para não se apoiar o governo de Dilma (considerado anticristã pelo autor do texto). É apresentado, ainda, um silogismo básico de argumentação ao leitor, onde as seguintes premissas são elencadas:

Nota-se, no entanto, que as páginas apresentadas acima não possuem filiação com entidades religiosas oficiais. Com o advento da internet e a acessibilidade a recursos de projeção virtual que chegaram à população após a criação das redes sociais é possível que qualquer usuário exponha sua ideia, inclusive tornando-se representante dela. A partir do momento que a página é criada por um usuário, ela é munida de identidade própria e passa a representar um conceito, uma ideologia, um estilo de vida ou até mesmo um produto. A legitimidade da discussão e da propagação ideológica virtual é um objeto complexo para análise. Numa página do Facebook, por exemplo, muitos usuários com ideias em comum podem podem frequentar o mesmo ciberespaço sem necessariamente conceberem teor “oficial” ao ato.

Por outro lado, não é possível que num âmbito geral se possa apontar um posicionamento legítimo, que responde por todos os membros de uma instituição como a Igreja Católica. Em uma notícia de um site especializado, podemos ver a manchete Entidade Católica Não Vê Razões Para Impechment de Dilma. No texto, encontra-se declarações de líderes dessa religião.

Em outra matéria, dessa vez pela BBC Brasil (sem qualquer vínculo religioso), o fato abordado é o relacionamento entre a presidente Dilma e o Papa Francisco. Não fica explícita a natureza desse relacionamento, se é íntimo, diplomático, etc, mas o fato da presidente ter se reunido com o Papa três vezes num único ano indica uma abertura maior para o diálogo, algo que a Igreja Evangélica nega categoricamente ao governo. O título, Analistas vêem “cálculo eleitoral” em encontro de Dilma com Papa, já sugere o teor da matéria: uma análise é feita sobre o eleitorado brasileiro e a sua relação com as escolhas diplomáticas do governo.

IGREJA EVANGÉLICA

Após o apoio declarado do deputado Jair Bolsonaro que, por sinal, faz parte da chamada bancada evangélica, ele vem sendo chamado de “Capitão” pelos seus futuros eleitores e apoiadores.

Logo abaixo vemos comentários de apoio ao candidato que quer – abertamente – implantar a ditadura militar no Brasil.

Não só no facebook, Bolsonaro também defendeu o golpe militar em recepção à blogueira cubana, Yoani Sánchez. Veja o vídeo:

http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2013/02/jair-bolsonaro-defende-golpe-militar-de-1964-em-recepcao-a-yoani-sanchez

Além dos discursos que defendem a ditadura militar, Bolsonaro utiliza de um pensamento machista e agressor. Em discussão com a deputada Maria do Rosário (PT-RS) ele declarou que só não a estupra porque ela “não merece”. Repetindo a ofensa dirigida à mesma deputada em 2003, quando os dois discutiram em um corredor da Câmara.

O presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), posta em sua página do twitter frases de cunho homofóbico e preconceituoso. E em 2010, apresentou um projeto para a criminalização da heterofobia, onde alegava se sentir “descriminado” pelos LGBTs.

Categories: Destaque, Texto

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