Posted by admin On junho - 2 - 2014

Por Caio César, Daniella Andrade, Geovane Barbosa, Janine Reis, Mylena Pereira e Túlio dos Anjos

O caso do incêndio da Boate Kiss, ocorrido em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, no dia 27 de janeiro de 2013, foi um fato de grande comoção nacional. O episódio resultou na morte de 231 pessoas e deixou 129 feridos até a noite de segunda feira, 28 de janeiro. Tornando a cobertura realizada pelo mais bem conceituado telejornal brasileiro, o Jornal Nacional, um acontecimento de destaque diante das diversas mídias atuais.

Chamamos de acontecimentos os fatos de maior relevância, com maior poder de afetação sobre a sociedade, um caso que merece ou possui maior destaque. Logo, a fatalidade de Santa Maria passa a ser considerada como a segunda maior tragédia causada por incêndios na história do Brasil.

Este tipo de ocorrido promove uma grande discussão perante a sociedade e dá abertura para o surgimento do oportunismo da mídia por meio da espetacularização da notícia. Essa situação pode ser observada a partir do momento em que a tradicional bancada do Jornal Nacional, que segue o modelo americano há mais de 60 anos, passa a contar apenas com um apresentador ao invés de dois.

Esse rompimento do modelo tradicional do jornalismo, evidencia como a Rede Globo de Televisão acaba optando por uma cobertura totalmente abrangente sobre a tragédia, enviando para Santa Maria não só o Willian Bonner, âncora do Jornal Nacional, mas também Ana Luisa Guimarães, do Bom Dia Brasil, e Sandra Annenberg, do Jornal Hoje.

Bonner, “ao vivo” de Santa Maria e posicionado de pé na frente da boate, faz questão de citar suas colegas de emissora logo na abertura do JN. Mostrando, dessa maneira o quanto o jornalismo da Rede Globo está envolvido com esta cobertura especial durante todo o dia seguinte à tragédia. A saída deste apresentador da bancada do telejornal pode ser entendida como uma maneira de tentar humanizar a notícia.

Nesta edição, todas as notícias são sobre Santa Maria, abordando desde a causa do incêndio até a prisão de membros da banda e sócios da boate. O JN também faz comparações com outros fatos históricos e fala da repercussão do caso na imprensa internacional.
A construção da notícia é feita através das entrevistas com agentes de saúde, bombeiros, integrantes da banda, comunidade local, familiares e com os jovens que “escaparam da morte”, e são usadas para construir sentidos, promover questionamentos e aproximar a sociedade da tragédia.

Bonner assume uma postura serena e triste diante da câmera durante todo o telejornal. E em uma das entrevistas, o âncora fala com uma senhora que estava no ginásio ajudando os familiares das vítimas. Essa mulher, na construção do telejornal, vem para humanizar ainda mais a cobertura jornalística, retratando todos os envolvidos e comovidos com o acontecimento.

O fato em si, já projeta reflexão, investigação e inquietação nos telespectadores. A cobertura ao vivo completa do JN sensibiliza aqueles que o assiste, e permite a sociedade acolher a dor do outro por meio da imagem e da credibilidade do apresentador.

Categories: Destaque

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