Posted by admin On fevereiro - 25 - 2014

Lucas Machado de Oliveira*

A melhor forma de entendermos como é a vida em um local, é pedindo para que os próprios moradores façam reportagens, sobre seu cotidiano. Foi o que fizemos com jovens moradores do bairro São Pedro, eles aprenderam como se faz uma matéria jornalística e foram sozinhos para mostrar como eles gostariam de ser enxergados.

Dessa forma, ficou claro a verdadeira vida que eles levam, muito diferente do que a mídia relata sobre esse tipo de comunidades, quase sempre estampadas em páginas policiais ou matérias de denúncia do descaso da prefeitura. O que vimos foi os verdadeiros anseios desses meninos e meninas sobre o lugar onde eles vivem.

A cada nova história íamos descobrindo um novo lugar muito diferente daquele que normalmente é retratado nos jornais. Eles escreveram sobre o artísta que virou celebridade local, sobre o futebol de rua, a cabelereira dona de um salão, e os pontos negativos também não foram esquecidos, como o vício das drogas.

Os meninos fizeram trabalho de verdadeiros jornalistas, mostrando vários lados da situação, não só as coisas boas. Eles pautaram suas próprias vidas de forma que a grande mídia nunca conseguiu, trazendo suas vivências, seu conflitos e seus desejos. Mostrando para nós, como de fato a comunidade deveria ser retratada pela imprensa.

Essas crianças fizeram um verdadeiro trabalho de crítica da mídia, pois elas provaram que a realidade pautada na imprensa não é o que elas vivenciam em seu cotidiano. As reportagens produzidas, vistas e vividas por elas, são a forma mais clara de mostrar que aquilo visto nos jornais não retrata suas vidas. E que com um simples auxílio eles próprios podem nos contar suas histórias melhor que ninguém.

Metodologia da crítica da mídia sugerida no livro “Vitrine e Vidraça”

A metodologia para avaliação de qualidade do produto jornalístico, se baseia principalmente no trabalho da organização, pois é ela que toma as decisões que determinam as condições de trabalho, e também as técnicas operadas pelos jornalistas na produção das matérias e notícias.

A metodologia baseia-se em dois pontos principais: Uma é a pesquisa exploratória (que são os trabalhos de campo, como entrevistas) para caracterizar a área temática e suas instituições. Outra é a pesquisa de monitoramento de cobertura e de processos de produção. E então, a partir das informações levantadas nesses procedimentos, pode ser feita a comparação entre a expectativa da audiência e o que a pede a área temática. Com essa metodologia, pode-se afirmar que há um avanço qualitativo das produções caso fossem encaradas sob a ótica da metodologia apresentada.

Neste trabalho, a organização constrói um modo de trabalho que pré-orienta a percepção dos fatos passíveis de cobertura. Fornecendo uma garantia mínima de atendimento às expectativas da audiência levando em conta a capacidade de trabalho da organização.

A organização é a responsável maior pelo gerenciamento de qualidade e do desempenho dos profissionais, uma vez que define as especificações de trabalho dos jornalistas. Em contra partida, os repórteres realizam seu trabalho tomando decisões técnicas condicionadas às decisões estratégicas dos escalões superiores dentro da organização. Por isso, compreender melhor a área temática e avaliar as condições internas da organização em ampliar a capacidade de Programas de Cobertura, podem ser instrumentos eficientes para a melhoria da qualidade de matérias produzidos dentro das organizações.

Pensar na qualidade requer pensar e repensar o conjunto do trabalho organizacional. Desde as decisões estratégicas da organização, que configuram as especificações do produto a ser produzido, até a formação do jornalista, com a adequada preparação de suas competências profissionais básicas, ajustadas às demandas de um ambiente organizacional destinado a produzir notícias.

*texto revisado apenas pelo autor.

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