Posted by admin On fevereiro - 14 - 2014

Lucas Machado de Oliveira

A pesquisa realizada pela ANDI, em 52 jornais e quatro revistas brasileiros entre agosto de 2002 e julho de 2003, sobre a cobertura das drogas na mídia revela que em coberturas sobre drogas existe uma forte associação de assuntos relacionados à violência. O que demonstra na prática, que a mídia perigosamente promove o conceito de correlação entre os psicoativos e a violência. Sem deixar claro, que atos violentos podem ter muitas outras causas, nada relacionada aos psicotrópicos. É importante destacar, que esse tipo de pensamento vem sendo disseminado na sociedade ao longo de muitos anos sem nenhuma reflexão.

Muitas vezes vemos que a imprensa utiliza do argumento que as drogas são causadoras das mazelas da sociedade, (principalmente em comunidades carentes), sem deixar claro o verdadeiro papel do estado em dar auxílio e apoio a essas comunidades, como educação, lazer, e c essas pessoas, como moradias descentes, encanamento, ruas asfaltadas, etc. O governo esconde que o verdadeiro causador das “mazelas” da sociedade é o próprio governo, e não somente as drogas, como é veiculado

A pesquisa mostra também que os veículos de comunicação estão deixando de lado outros assuntos que poderiam ser importantes para a sociedade como a Redução de danos, que foi foco de apenas 5,1%dos textos realizados e poderia estudar a melhor forma de resolver esse problema sem causar mais danos que a forma que usamos hoje.

Esses dados servem como base para reavaliarmos a forma como a situação das drogas está sendo tratada pelo nosso governo. E mostra como é a própria imprensa contribui para esse quadro, pois ela promove e dissemina esse pensamento na população sem que haja o debate sobre como seria a melhor forma de tratar esse problema.

A ANDI também avalia os resultados encontrados chamando atenção para o baixo número de textos que preocupam-se com a discussão central sobre as Consequências do uso de entorpecentes, apenas 51% das matérias. A questão da Prevenção foi foco de apenas 1,7% dos textos analisados; As causas do uso de drogas foram centralmente abordadas em apenas 1,3% do material analisado. Um enfoque mais consistente sobre essa questão poderia ampliar as discussões sobre o tema e retratar as variadas motivações que levam as pessoas a consumirem entorpecentes; Apenas 1,7% do material analisado abordou o problema da Dependência Química.

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