Posted by admin On janeiro - 9 - 2014

Thiago Huszar

A cobertura acerca do tema drogas na mídia sempre foi algo polêmico e de difícil tratamento, muito por conta da sua própria história. Apesar das drogas nem sempre terem sido ilegais, a mídia contribuiu, não apenas com sua proibição, mas também para orientar as pessoas (muitas vezes de maneira errônea) sobre seus males.

A Revista Superinteressante, da Editora Abril, é uma publicação dedicada a informações dos mais variados temas abordados de uma maneira dinâmica e divertida. Lançada em 1989 a revista sempre debateu temas polêmicos em áreas como saúde, ciência, tecnologia e até mesmo eventos históricos e seus desdobramentos, além de apresenta muitas curiosidades sobres os temas excêntricos e originais.

Quando trata da temática drogas a Superinteressante não se esconde e mantém sua linha sincera e informativa. Sem adotar um lado a revista busca apresentar as melhores alternativas para o combate, tratamento e prevenção às drogas.

Isso por acreditar que o ser humano desde os primórdios sempre utilizou de substâncias que de alguma maneira fazem mal ao organismo humano, isso pode ser notado na matéria da edição de agosto de 2002 em que revista chega a comparar os males causados a saúde pela maconha com os males do bacon. Além disso a revista faz a linha contra a corrupção constantemente apresentando os males que a proibição faz à sociedade como um todo e quem realmente lucra com toda a situação.

 Para abordar o assunto a Superinteressante se baseia em dados históricos e estatísticos analisando todas as alternativas no combate as drogas. Nunca falando em legalizar mas sim buscando e apresentando formas alternativas para o tratamento médico e a descriminalização consciente, citando exemplos que deram certo ao redor do mundo.

Ainda na matéria de Agosto 2002, denominada “As verdades sobre a maconha” a revista reforça que os motivos da ilegalidade da erva vem dos tempos da Lei Seca norte americana por questões políticas e não por conta dela fazer mal a saúde, pois até então não existem provas sobre isso, como a revista já havia comprovou em matéria da edição de Abril de 1998 denominada “Por trás da cortina de fumaça” em que a reportagem apresenta o “mais completo relatório sobre os efeitos da maconha” já feito pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que comprova que maconha faz menos mal até que o cigarro e o álcool.

Buscando acabar com os estereótipos a revista apresenta todos os lados do combate ás drogas desde o seu inicio. Mostrando os prós, os contras e as medidas utilizadas no combate as drogas em diversos países. Se baseando em estudos científicos desmistifica crenças como a que a fumar maconha queima neurônios e ainda apresenta o criador de tal mentira, William Randolph Hearst, empresário e dono de uma imensa rede de jornais e pessoal extremamente influente nos Estados Unidos, foi o responsável pela maioria das balelas acerca da marijuana (nome também criado por ele com o intuito de associar a erva aos mexicanos). “A maconha foi proibida por interesses econômicos, especialmente para abrir o mercado das fibras naturais para o náilon”, afirma o jurista brasileiro Wálter Maierovitch, especialista em tráfico de entorpecentes foi Secretário Nacional Antidrogas por 16 meses.

 Na edição de Fevereiro de 2000, a revista lançou a matéria intitulada “A dose certa” em que informa aos seus leitores sobre os males do álcool e a quantidade certa para seu consumo. No mesmo ano porém, no mês de setembro, a revista abordou a situação da droga mais consumida por jovens em festas denominadas raves, o ecstasy. Da mesma maneira que trata as outras substâncias a revista apresentou todos os lados da situação, de usuários casuais a jovens que não conseguem curtir a festa sem a famosa “bala”, além de apresentar a rota do tráfico e sua história.

Por fim, podemos afirmar que a revista não tende para nenhum lado, mas sim tem a intenção de deixar seu leitor preparado para poder debater o tema com fortes bases políticas, cientificas, filosóficas e históricas, o que sempre foi seu mote.

 

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