Posted by admin On agosto - 20 - 2013

por Iago Rezende, Kenia Marcilia, Maria Fernanda Pulici, Mayra Santos Costa, Thiago Anselmo

A análise seguinte propõe observar o contexto das manifestações que ocorreram a partir de junho de 2013. As manifestações se disseminaram por várias cidades do país, obtendo maior adesão após o protesto no dia 06 de junho, em São Paulo, tendo como mote inicial a insatisfação popular por causa do aumento do valor da passagem de transporte público.Numa fase seguinte, essas manifestações também serviram como espaço de reivindicação pela reforma política, contra a corrupção e a favor do passe livre, dentre outras insatisfações.

 

As redes mais estudadas por nossa equipe foram o Facebook e o Twitter que, através do sistema de compartilhamentos e retweets, conseguiram fazer com que as manifestações abrangessem não só os conflitos de São Paulo.

 

As redes sociais permitiram dinamizar e tornar coletivas as reinvindicações que a população tinha em comum, ainda que partissem de uma dinâmica individual (já que as páginas pessoais tiveram papel imprescindível no processo de disseminação de conteúdo). Dessa maneira, as manifestações assumiram, já no seu início, uma nova forma de organização. Posteriormente, em meio à denúncia de possíveis abusos cometidos pela Polícia militar, essas redes veicularam informações, acontecimentos e ações que, por vezes, vinham sendo deturpadas ou negadas por outros segmentos midiáticos.

 

Antes do boom das manifestações, já existiam grupos ideológicos como o Anonymous Brasile as Mães de Maio. A primeira é uma comunidade online descentralizada, atuando de forma anônima, de maneira coordenada, geralmente em torno de um objetivo livremente combinado entre si e voltado principalmente a favor dos direitos do povo perante seus governantes. Já a segunda luta contra a violência policial. Essas organizações, além de apoiarem os protestos, precederam páginas com conteúdos semelhantes como O Gigante Acordou, que veicula, até hoje, informações pouco noticiadas nos jornais impressos e televisivos.

 

Através dos convites de eventos criados no Facebook, o “Maior Protesto da História do Brasil”, marcado para o dia 07 de setembro, já conta com 268,174 pessoas confirmadas (analisado em 25 de julho de 2013, às 14:13h). Além disso, as redes sociais abrigam também hashtags como #ogiganteacordou, #protestosp, #occupybrazil e #vemprarua que tomaram força no Twitter e englobaram também o Facebook e o Instagram.

 

Os eventos organizados em rede, ashashtags e os depoimentos das pessoas envolvidas delimitaram a forma como as mídias tradicionais trataram do tema e acabaram servindo de fontes para jornais e televisão.As redes sociais, portanto, foram peças-chave para o desenvolvimento das manifestações. Além disso, proporcionaram ao brasileiro o sentimento de união e patriotismo, cedendo um espaço comunicacional interativo, até então escasso.

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