Posted by admin On agosto - 20 - 2013

por Ana Rafaela, Gabriel Falconiere, Gisela Cardoso, Rosana Maria e Rosianne Silveira

O Ponto Final é um jornal semanal, fundado em 1995, em Mariana, cuja área de circulação abrange toda a cidade. Analisamos as edições nº 899 a nº 903, dentre o período de 7 de junho a 11 de julho.

Os pontos que foram analisados são: o conteúdo e estrutura de sua capa; a linguagem editorial; a divisão das editorias; a estrutura e discurso das matérias; as fontes consultadas; sua diagramação; imagens (fotografias e ilustrações) e a publicidade.

A capa do jornal contém manchete, foto, descrição de uma das notícias, três chamadas no alto da página e publicidade. A manchete por vezes não condiz com a imagem que a acompanha, sendo esta ilustrativa de outra matéria. As chamadas são acompanhadas por pequenas fotografias, mas a indicação da página na qual estão presentes essas matérias está em maior destaque o texto. Toda a metade inferior da capa é ocupada por publicidade.

O discurso de seu editorial pauta a opinião do editor, jornalistas e colaboradores (podendo ser especialistas de diversas áreas ou até mesmo leitores). Os textos abordam diferentes temas, geralmente estão relacionados com acontecimentos recentes, como na edição nº 899, em que falam sobre o Dia do Meio Ambiente e o Dia dos Namorados. A linguagem simples e crítica. Essa página também inclui notícias, geralmente voltadas a temas relacionados à cidadania (como por exemplo, o dia da vacinação contra a paralisia infantil) e uma charge de cunho crítico relacionada com uma das notícias do jornal.

As editorias são desorganizadas e variam de uma edição a outra. O website do jornal indica as editorias: Cidade, Cultura, Emprego, Esporte, Justiça, Patrimônio, Polícia, Política, Saúde, Social e Tecnologia. Em cada edição estão presentes algumas dessas editorias, em torno de duas a quatro editorias arbitrárias, além de Entretenimento e Coluna Social. Nota-se a presença de uma curiosa editoria Geral que, além de predominante, ocupando por vezes três ou quatro páginas, possui conteúdo que poderia ser enquadrado em outra editoria (até mesmo em alguma já presente na edição). Os temas das notícias também não estão sempre ligados à editoria em que são publicadas, como na edição nº 903, em que há uma matéria publicitária sobre promoções na Cooperouro dentro de uma editoria de Cultura. A maioria das editorias possui uma página apenas. Aquelas que possuem mais páginas freqüentemente estão espalhadas ao longo do jornal (ex: na edição nº 903, a editoria de Cultura ocupa as páginas 5 e 9).

Grande parte das matérias é curta, possuindo a aparência de uma nota e geralmente com poucas fontes. Mas as reportagens possuem uma linguagem simples e de fácil entendimento. As maiores matérias são de política e cultura. Isso pode ser devido aos conflitos políticos frequentes em Mariana e também aos grandes eventos culturais na cidade e região. É possível observar que o jornal toma uma posição política: as reportagens que abordam os feitos políticos da atual administração da cidade são bem mais elaboradas, enquanto as que possuem assuntos relacionados à oposição não possuem muita profundidade. Com isso, podemos concluir que o jornal possui critérios de noticiabilidadeque interferem em seu “fazer jornalístico”. Tais critérios podem ser definidos como: tema local, política local e suas implicações e cotidiano do leitor. Assim sendo, os seus critérios de noticiabiliade podem interferir na apuração e elaboração da notícia. Além disso, o jornal usa o conceito de “matérias publicitárias”, fornecidas tanto pelo capital privado como pelo estatal.

A diagramação do jornal é problemática, principalmente em relação ao posicionamento das peças publicitárias, pois causa uma sobreposição de reportagens, e consequentemente gera problemas com a legibilidade e compreensão do texto. No entanto, há uma uniformidade de estilos (tamanho e tipo de fonte, itálicos, negritos, serifas, entrelinhas, etc) e de layout (colunas, espaçamento e margens).

Quanto às imagens, há predominância de fotografias de cunho testemunhal e publicitário. O jornal possui apenas uma charge – localizada na sessão editorial – de caráter ilustrativo e crítico. Por vezes encontramos também ilustrações e fotografias de eventos relacionados, um recurso interessante para ilustrar matérias em que não é possível publicar fotografias.

É relevante observar que as imagens publicitárias ocupam, geralmente, mais da metade das páginas. O excesso de peças (na edição nº 901 estão presentes 56 delas) interfere na leitura, no entendimento e no discurso das notícias. Também é interessante notar que algumas peças fazem alusão a uma notícia próxima a ela, como por exemplo, uma matéria sobre o meio ambiente seguida por uma campanha publicitária de uma mineradora. Grande parte das peças é de capital privado (dessas 56 peças, 49 são de empresas de capital privado, cinco são contatos de vereadores e apenas uma foi fornecida pela prefeitura). A partir disso,pode-se concluir que o jornal possui certa independência do capital estatal, em relação aos outros veículos de comunicação.

Em suma, de acordo com a análise das edições do jornal Ponto Final, é possível concluir que não há uma padronização das editorias, sendo a de Geral predominante e englobando notícias de diferentes temas. A maioria das reportagens é curta, simples e faz pouco uso de variadas fontes, de modo que as notícias que possuem maior apuração são as relacionadas à política e cultura, e isso pode ser fruto dos critérios adotados pela política do jornal.Em relação às imagens, há a predominância da função testemunhal e publicitária. A diagramação do jornal não possui uniformidade e prejudica o curso de leitura, principalmente devido ao excesso de publicidade.

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