Posted by admin On julho - 9 - 2013


porThaís Corrêa Santos; Paula Bamberg; Danielle Diehl; Giovana Bressani

 

O jornal Super Notícia começou a circular no dia 1 de maio de 2002. Trata-se de um veículo caracteristicamente popular que é idealizado para atingir as classes C/D/E, uma vez que não havia antes no estado, publicações com este direcionamento.

            Por causa dessa caracterização, há um questionamento sobre a classificação popular ou sensacionalista do Super.De acordo com a pesquisadora em Jornalismo Popular, Márcia Franz Amaral, “o termo sensacionalista pode ser atribuído a um veículo quando esse faz abordagem das notícias além do real, superdimensionando os fatos.” E afirma, segundo sua própria análise do jornal Super, que ele não atende a esses atributos e tende a noticiar fatos verídicos, contudo, de forma exagerada, buscando a atração do público.

            Em nossa crítica do jornal, acompanhamos as edições dos dias 19, 20, 21, 22,24, 25 e 26 de junho e enfocamos a editoria de Cidades. Pudemos constatar forte interesse em se prender a atenção do público. Nesta editoria, as matérias são marcadas por uma borda espessa que as delimita, fazendo com que chamem mais atenção. A fonte dos títulos está sempre em “negrito”, sendo preta ou vermelha, são breves e anunciam a matéria de forma direta. Em geral, elasincitamà leitura pela curiosidade que geram em relação ao assunto do conteúdo. Os textos sempre vêm acompanhados de fotos que na maioria das vezes são enormes, coloridas e atuam, principalmente, como ilustrações das matérias.

            A partir desta característica,pudemos concluir alguns pontos importantes em relação à editoria analisada. As matérias visam prender a atenção do público a qualquer custo, seja pelo título ou pela pauta escolhida, contudo, são matérias completas e bem apuradas. Quase não se verifica, entretanto, a denúncia de falhas do Estado e sim a informação de medidas tomadas pelo mesmo, tornando o veículo possivelmente tendencioso. As pautas variam de assassinatos e crimes em geral a assuntos de utilidade pública como campanhas de vacinação, informações de serviços prestados à estrutura das cidades e previsão do tempo.

As matérias são claras e coesas, mas verificam-se algumas falhas no lead, como é caso da matéria do dia 20 de junho, “Mulher suspeita de vender o filho” em que só no final do primeiro parágrafo têm-se a informação da cidade onde ocorreu o possível crime. Há ainda um descuido na diagramação como, por exemplo, na matéria do mesmo dia em que algumas letras sobrepõem a figura em: “Seis gatos são assassinados em abrigo”. Há uma forte poluição visual também por conta das propagandas que são em grande número e “disputam” de certa forma o espaço com as matérias nas páginas.

Encontra-se também, na editoria analisada, dois quadros próprios para a manifestação do público: o “Panelaço”, reservado para protestos da população e divulgação dos problemas sociais e o “Por onde anda…”, cuja função é expor objetos, animais e perdidos e pessoas desaparecidas, se posicionando, em nossa opinião, de forma um pouco antiética, uma vez que se trata no último caso, de um problema tão delicado.

Dessa forma, concluímos que o Super é um jornal popular, sem ser, necessariamente, sensacionalista. Quem apenas lê a capa, pode até supor que ele possui um caráter sangrento e apelativo, mas ao lê-lo por completo, percebemos que, além das matérias de cunho policial, há grande enfoque em notícias de interesse coletivo. Além disso,o Super adota uma linguagem clara e direta, que consegue, de forma rápida, informar seu leitor de tudo que aconteceu no dia anterior. E é isso que o leitor que está no ônibus indo para o trabalho deseja.

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