Posted by admin On julho - 2 - 2013

por Caroline Brito, Daniela Gurgel, Isadora Ribeiro, Maysa Alves e Bárbara Monteiro

Ligado ao nascimento da imprensa, conforme afirma Suely Caldas, o jornalismo econômico é distorcidamente posicionado como elitizado e restrito ao setor de negócios e investimentos.  Valendo-se de termos técnicos, muitos deles estrangeiros, as matérias econômicas acabam selecionando o público quando, na realidade, deveriam atingi-lo em sua totalidade.

A análise do caderno de Economia do “Estado de Minas”, empreendida do dia 9 ao dia 15 de junho, tem como traços reincidentes as tabelas diárias de indicadores econômicos; o conjunto de notas “Giro Econômico”, de terça a sábado; e a coluna “Brasil S/A”, redigida por Antônio Machado e veiculada de terça a sexta e no domingo.

É observável que os temas do “Giro Econômico” renderiam melhores matérias de destaque do que notas, o que caracteriza uma hierarquia da informação. A nota “País fechado” (como o ranking das economias mais abertas do mundo), do dia 12, é um exemplo cujos desdobramentos gerariam discussões mais pertinentes ao público, inclusive se contextualizados em Minas Gerais.

A coluna “Brasil S/A” realiza um paralelo entre política e economia de tendências predominantemente contrárias ao governo federal. A página “Segunda Via”, da segunda-feira, é destinada a intermediar demandas entre prestadoras de serviços e o leitor/consumidor. Ali, os leitores enviam suas queixas à redação e, na maioria das vezes, recebe em resposta uma nota oficial da empresa.

As fontes predominantes no material analisado são economistas, consumidores e representantes oficiais de instituições financeiras envolvidas e afins. Prevalecem fotos testemunhais e os infográficos variam conforme as pautas, as quais se alternam entre o público especializado e o geral.

Nas pautas tradicionais (cotação do dólar, inflação e PIB), por exemplo, os excessivos dados numéricos, além de pouco desenvolvidos no corpo textual, são aliados a infográficos menos didáticos.A organização semanal do caderno conforme a movimentação do varejo com o dia dos namorados caracterizou, ao lado da discriminação dos impostos nas notas fiscais, as pautas populares. Nessas, são perceptíveis infográficos mais dinâmicos e expressões que apelam a ditos populares e a generalizações distantes do fazer jornalístico.

A publicidade é marcante no caderno, chegando a ocupar uma página inteira da média de 4 a 5 que compõem tal parte do jornal. O lugar que ela ocupa é de peso proporcional ao das notícias. Preponderam propagandas de produtos populares cujos anúncios, diagramados de forma a sufocar o textual em grande parte das vezes, acabam quebrando a linearidade da leitura.

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