Painel 2 lembra situações engraçadas na cobertura esportiva feminina e fala dos desafios encontrados
por Natanael Vieira – UniBH
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Úrsula Nogueira, Adriana Spinelli, Kátia Pereira, Isabel Guimarães e Danielle Rodrigues. Foto: Lincon Zarbietti
O Painel 2 “Mulheres na cobertura esportiva” deu sequência à manhã de debates no Teatro Ouro Preto, no Centro de Convenções da UFOP. Mediada pela produtora, Kátia Pereira, a mesa foi composta pela coordenadora de esportes, Úrsula Nogueira, e Danielle Rodrigues – as três fazem parte do quadro de jornalistas da Rádio Itatiaia. As jornalistas Adriana Spinelli, BH NEWS, e Isabel Guimarães, TV Alterosa, também participaram com boas histórias.
Sem deixar de discutir questões éticas relacionadas ao exercício da profissão, o bom humor foi a tônica do Painel 2. A jornalista Adriana Spinelli falou de suas experiências no início da cobertura esportiva, quando a hegemonia masculina no meio dificultava o trabalho das mulheres. “Antigamente era na marra. Não havia coletiva de imprensa. Os repórteres entravam nos vestiários e entrevistavam os jogadores. Eu, mulher, fui barrada, impedida de gravar. Mas cheguei a entrar algumas vezes e vi muito homem pelado”, brinca. Adriana também contou aos congressistas que nos centros de treinamento não havia sequer banheiro feminino e que chegavam a pedir que ela fosse “para o mato”.
Quando perguntada se já foi assediada durante as coberturas, Isabel Guimarães disse que nunca teve problemas com torcedores. “É natural, as pessoas te assistem e querem te cumprimentar ou tirar fotos”. Ela frisa que também mantém relações muito respeitosas com os colegas jornalistas e com os atletas que deve entrevistar.
A situação melhorou bastante para as bravas do jornalismo esportivo. Mas, para Danielle Rodrigues, ainda há machismo e estereótipos. “Alguns homens me veem nos eventos e pensam que sou ‘Maria chuteira’. Sem falar que quando passo alguma informação para um colega, ele checa com outro jornalista, como se não fosse confiável”, lamenta.
Kátia Pereira questiona a resistência às mulheres na área: “por que o futebol, por exemplo, que é um esporte tão democrático, ainda reluta em aceitar a presença feminina?”. Para ela participação da mulher na cobertura do esporte é definitiva. “A tendência é que tenhamos cada vez mais mulheres e cada vez mais competentes”, afirma. Exemplo disso é o caso de Úrsula Nogueira. Na coordenação de esportes da Itatiaia, ela lida com profissionais muito conhecidos e que estão há décadas no mercado.