Mesa de abertura da DT2 chama atenção para as propagandas e a responsabilidade com a obesidade infantil

por Leilane Stauffer – UniBH

Coordenador do Curso de Propaganda e Marketing da FACAMP - Helder de Melo Moraes. Foto: Lídia Ferreira.

O segundo dia de atividades da Intercom Sudeste começou com Divisões Temáticas – DTs que tratam de vários temas relacionados ao papel da comunicação no cenário contemporâneo. Nesta sexta-feira, 29, a DT2 – Publicidade e Propaganda – foi aberta pela mesa “Propaganda e a Obesidade Infantil”. O debate resgatou a responsabilidade e o papel ético da publicidade e do marketing com o que é divulgado na mídia. A mesa de abertura da divisão temática, composta por Helder de Melo Moraes, Carla Rabelo e Margareth Diniz, discutiu as propagandas que induzem o consumo de alimentos não saudáveis entre crianças.

O coordenador da mesa e do curso de Propaganda e Marketing da Faculdade de Campinas (FACAMP), Helder de Melo Moraes, apontou a importância de refletir sobre o assunto. “A obesidade infantil é um tema que o mundo inteiro já discute e o Brasil ainda está em uma fase embrionária. Além disso, considero que, como o tema do Intercom é o Esporte da Idade Mídia, o cuidado com a saúde faz parte deste contexto”, afirmou o professor.

Margareth Diniz, Helder de Melo Moraes e Carla Rabelo. Foto: Lídia Ferreira

A proposta da mesa de abertura da DT foi justificada também pelo atual cenário brasileiro frente a outros países. Enquanto Inglaterra, França e Irlanda proíbem e regulam propagandas que induzem o consumo de alimentos com alto teor calórico, estatísticas trazidas pela mesa mostraram a propensão ao consumo que crianças desenvolvem, quando assistem a televisão. Dos quatro aos 11 anos, por exemplo, elas ficam, em média, cinco horas, por dia, em frente à TV. Ao mesmo tempo, 48% de crianças de 5 a 9 anos estão acima do peso.

Diante deste quadro, a mestre em Comunicação pela Universidade de São Paulo (ECA/UPS) e pesquisadora do Instituto Alana, Carla Rabelo, acredita na necessidade de compreender o contexto econômico no qual o alimento e a publicidade se inserem. Ela pontuou também que “apesar de a publicidade não trabalhar sozinha, é fundamental que ela assuma sua responsabilidade nesta questão”.

Para a psicanalista e professora adjunta da UFOP, Margareth Diniz, é preciso pensar no sujeito diante de tantas informações que ele recebe da mídia. “O sujeito não é só um corpo biológico. As crianças ainda estão formando o modo como se percebem”. Ao final da mesa, dúvidas foram esclarecidas e as seções do DT2 Publicidade e Propaganda foram iniciadas. Confira a lista dos trabalhos apresentados.