Fernando Canzian analisa cenário político e econômico

Vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo em 2006, Fernando Canzian é repórter especial e colunista da Folha de São Paulo, foi secretário da redação, editor de Brasil e do Painel, e correspondente em Nova York e Washington. Canzian é ainda autor do livro “Desastre Global – Um ano na pior crise desde 1929″, publicado em 2009.

Fernando Canzian é jornalista há mais de 20 anos

Âncora nas entrevistas com os candidatos à presidência realizadas pelo jornal Folha de São Paulo, com transmissão via internet, Canzian fala da economia brasileira no atual contexto pós-crise econômica mundial, da ação das autoridades nas favelas do Rio de Janeiro, das eleições e dos desafios do novo governo, além de dar sua opinião sobre a reforma da Folha e sobre o papel do jornalista na sociedade.

Confira a entrevista:

ECONOMIA

André Mapa: Recentemente o presidente dos EUA, Barack Obama, perdeu a maioria no congresso e na Europa a economia ainda enfrenta dificuldades para retornar ao ritmo pré-crise. Como isso pode afetar o Brasil?

AM:Em maio, no texto “Crédito, Chináfrica e eleição” você apontou o incentivo ao consumo interno, sobretudo das famílias, como combustível para o maior ciclo de crescimento do Brasil dos últimos 30 anos. Pórem, os juros cobrados sobre esse tipo de financiamento são muito altos. No caso das economias desenvolvidas terem novo colapso, isso pode acabar com um grande endividamento da população?

AM: No caso de termos uma crise em “W”, com uma queda seguida por um período de retomada e uma nova queda antes da reestabilização, a receita de incentivar o consumo interno pode novamente se a melhor alternativa para o Brasil?

AM: A redução dos impostos sobre o setor produtivo possibilitaria o aumento dos investimentos e a consequente geração de emprego e renda. Por que essa redução de encargos não acontece?

AM: Caso o Brasil mantenha o crescimento econômico do governo Lula, a pobreza deve ser reduzida pela metade até 2014. Na sua opinião, investimentos mais profundos na educação já deveriam estar sendo implementados afim de capacitar a população para atender à demanda que aumentará em decorrência do aumento da renda?

AÇÃO DAS AUTORIDADES NAS FAVELAS DO RIO DE JANEIRO

AM: Você acredita que as operações da polícia, em parceria com as forças armadas, nos morros cariocas serão eficazes no combate ao tráfico de drogas e à violência?

POLÍTICA

AM: Você ficou decepcionado com o nível das eleições desse ano, já que os candidatos se furtaram, em boa parte do tempo, a debater sobre suas propostas?

AM: Em seu discurso após a confirmação da vitória na eleição, a presidente eleita, Dilma Rousseff, disse que pautará a montagem de sua equipe de governo baseada sobretudo nas capacidades técnicas dos indicados, em sobreposição aos interesses políticos. Esse posicionamento pode reerguer algumas empresas públicas que, até então, eram comandadas por administradores escolhidos por seus atributos políticos?

AM: Você escreveu que ao criticar a imprensa, apesar de suas conquistas economicas e sociais, o presidente Lula havia se tornado um “anão”. Você percebeu as críticas feitas por ele, durante o período de campanha, como uma tentativa de intimidação aos jornalistas?

CORRUPÇÃO

AM: “O Brasil só não vai mais para frente por um único motivo: não há medo de cadeia nesse país”, essa é uma afirmação sua no texto “Falta Cadeia no Brasil”, referindo-se ao escândalo do tráfico de influência e corrupção na Casa Civil. Na sua opinião, quais medidas deveriam ser adotadas para acabar com a corrupção no Brasil?

PAPEL DO JORNALISTA NA SOCIEDADE

AM: No dia 20 de outubro, a Folha de São Paulo publicou uma reportagem sua mostrando que as principais propostas do candidato José Serra eram, de certa forma inaplicáveis e que sua execução poderia caracterizar “uso inadequado do dinheiro público”, como afirma um de seus entrevistados. Certamente essa matéria influenciou o voto de muitas pessoas, você acredita que esclarecer e informar a população é o papel essencial do jornalista?

REFORMA DA FOLHA DE SÃO PAULO

AM: Como a última reforma da Folha de São Paulo influenciou o cotidiano na redação?

Por André Mapa

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