Rival(idade)

Por Ana Elisa Siqueira, Júlia Pinheiro, Nathália Viegas e Sarah Gonçalves (da Argentina)

Duas nações sul-americanas e uma grande paixão: o futebol. Brasil e Argentina protagonizam dentro de campo uma grande rivalidade. Tudo começou há cerca de quinhentos anos, antes mesmo dos dois países de se tornarem independentes. Com o passar do tempo – após confrontos diplomáticos fora de campo – as duas nações atenuaram os conflitos que giravam em torno da hegemonia continental e assim restou praticamente apenas o esporte como palco de rivalidade entre os dois países.

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Foto: Arquivo pessoal

Como a competitividade entre os brasileiros e hermanos dividem opiniões, buscamos entrevistados em ambos os países. O doutorando em Comunicação e Informação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Ivan Bonfim, que possui pesquisas nessa área, e o professor da Universidade Nacional de La Plata e também apresentador do programa de jornalismo esportivo “Fuera de Juego”, Osvaldo Fanjul, além da estudante de jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto e blogueira esportiva Kíria Ribeiro.

Quando se trata de futebol os brasileiros se consideram os melhores do mundo. A vizinha Argentina, porém, questiona esse posto. Ivan Bomfim, que pesquisou a construção do interesse brasileiro em relação à Argentina no jornalismo de revista em sua  dissertação de mestrado, acredita que, como o jornalismo esportivo está ligado ao entretenimento, seus conteúdos apelam mais para a emoção, transformando um evento esportivo em um espetáculo e estimulando as diferenças entre os países. Para ele, “a imprensa, em especial a esportiva, tem formas narrativas que exploram demais os estereótipos do senso comum. É claro que esses estereótipos não foram inventados ontem, mas fazem parte da forma com que nos relacionamos às representações dos argentinos”.

Bomfim defende que o jornalismo brasileiro deve deixar de lado essa disputa folclórica e estimular a integração entre Brasil e a Argentina. A rivalidade deve ser deixada no campo e nas “bobagens narradas pelo Galvão Bueno”, completa.  Ainda segundo ele, o jornalismo tem um importante papel na forma de conhecer o outro, por isso a necessidade de superar questões sustentadas pelo senso comum.

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Kíria Ribeiro. Foto: Arquivo pessoal.

Kíria Ribeiro, estudante de jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto e autora do blog esportivo Incrível arte, contrapõe a visão de Ivan Bonfim. Para ela, a rivalidade futebolística é essencial para tornar a partida emocionante.

Nathália Viegas: Você considera prejudicial essa rivalidade entre Brasil e Argentina?

Kíria Ribeiro: Acredito que toda rivalidade (dentro de campo) é benéfica. A rivalidade é boa demais para o futebol, para as competições e até mesmo para as torcidas apoiarem suas equipes

NV: Como você acha que é visto o futebol brasileiro pelos “hermanos” argentinos?

KR: Acho que os “hermanos” veem o futebol brasileiro como espécie de exemplo porque o Brasil tem tradição no esporte e conseguiu conquistar vários títulos importantes. Já os brasileiros enxergam o futebol argentino ainda em evolução. Os argentinos não têm muitos títulos como os brasileiros, mas ultimamente eles andam complicando a vida dos brasileiros.

NV: Você acredita que a mídia esportiva contribui para esta rivalidade?

KR: Acredito que sim. A mídia acaba fomentando muito essa disputa dentro de campo. É importante que tenha essa rivalidade, mas dentro de campo. É necessário salientar isso sempre

NV: Qual o sentimento de um jogo contra a Argentina, para você que entende de futebol e torce pelo Brasil?

KR: Acompanhar um jogo entre essas seleções é ter emoção a flor da pele os 90 minutos. Dá gosto de ver Brasil e Argentina em campo. O jogo em si é muito bem jogado, sempre com muita técnica. E essas duas seleções têm a característica de terem jogadores diferenciados em seus elencos, como Neymar e Messi na atualidade

Orgulho em campo

O futebol sul americano possui características que contrastam com o futebol europeu. As jogadas conhecidas como “dribles” e a espontaneidade dos times da América do Sul fogem da rigidez do futebol das seleções europeias, afirmam muitos. As equipes do Brasil e da Argentina são bem semelhantes futebolisticamente, porém a rivalidade nos campos é marcante.

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Foto: Arquivo pessoal

O professor argentino Osvaldo Fanjul, afirma que um dos pontos semelhantes entre os dois times é que ambos são fortes e estão entre os melhores, mas que o Brasil se encontra em uma situação mais confortável em relação à Copa do Mundo de 2014: “O Brasil não tem que pensar em uma classificação porque vai sediar a Copa, só pensar em encontrar a melhor equipe. A Argentina, que anda em bom momento, precisa qualificar e montar a equipe. O Brasil tem a vantagem de jogar em casa e ter Luis Scolari como técnico, já a Argentina tem um trabalho mais longo com o treinador e um grupo de jogadores”, opina. Mas embora a equipe brasileira esteja em vantagem, a seleção da Argentina está no caminho certo, como diz Osvaldo: “A seleção Argentina está realizando um grande trabalho nas eliminatórias para a Copa de 2014. O time está crescendo, amadurecendo e isso é tarefa fundamental para o desenvolvimento da equipe de treinamento de Alejandro Sabella. O treinador deu tranquilidade ao grupo, e fez compreender que, além do desempenho individual, o que importa é o jogo de equipe, e pela primeira vez em muito tempo um treinador soube proporcionar as melhores condições para Messi para que ele jogasse assim como faz no Barcelona. Fanjul salienta que o clássico contra o Brasil é algo especial, uma partida que não se pode perder”.

O professor ainda cita o orgulho e a satisfação que estão em jogo não apenas por parte dos torcedores, mas da equipe técnica também. E quando questionado sobre a rivalidade se tornar algo negativo, ele ressalta que, desde que ela permaneça em um contexto esportivo, não haverá problema: “acho que é bom ter essa “rivalidade”, mas desde que não passe de campo e não tenha violência como muitas vezes acontece, como foi o caso da última final da Copa Sul-Americana, entre San Pablo e Tigre. O outro tipo de rivalidade não se justifica”. Apesar da competitividade existir há muito tempo, a mídia contribui para que haja este atrito ao fazer comparações entre as equipes. “O tema da rivalidade não é novo, mas recorrente entre as duas seleções há muito tempo. São dois países que são referências futebolísticas do mundo e há sempre a competição de quem é melhor que o outro, qual é o melhor jogador, Messi ou Neymar, Pelé ou Maradona. Tanto é assim que se refletiu até mesmo na reunião da Presidente do Brasil, com o Papa Francisco. Ela disse recentemente que ´o Papa é argentino, mas Deus é brasileiro´. A mídia também influência diretamente, porque sempre está comparando um ao outro”.

O ponto de encontro entre os entrevistados é que a rivalidade existe e é reafirmada pela mídia. O confronto em campo é visto como algo saudável, mas as diferenças e comparações devem ficar restritas ao gramado, para que estereótipos construídos ao longo de séculos não prejudiquem o bom relacionamento entre nações vizinhas e não continuem fazendo parte do discurso midiático.

Leia a entrevista completa com Ivan Bomfim:

Ana Elisa: Como é dito em seu trabalho, a rivalidade entre o Brasil e a Argentina tem de ser compreendida em um contexto histórico, que começa antes mesmo dos dois se tornarem nações independentes. Apesar de atualmente terem uma relação amistosa, quando se trata de esportes, especificamente do futebol, voltamos ao cenário de um confronto. Você acha que a imprensa brasileira fortalece essa rivalidade?

Ivan Bomfim: Acredito que sim. A imprensa, em especial a esportiva, tem formas narrativas que exploram demais os estereótipos do senso comum. É uma forma de conhecimento do outro, mesmo que enviesada, por se dizer caricata. Como exponho na dissertação, é claro que esses estereótipos não foram inventados ontem, mas fazem parte da forma com que nos relacionamos às representações dos argentinos. O jornalismo esportivo é muito ligado ao entretenimento – isso pode ser observado cada vez mais, com a proliferação do que chamo de “tiagoleifertização” do jornalismo (óbvio, faço referência ao apresentador da Globo, Tiago Leifert). Assim, o que parece ser importante é fazer graça, por um lado, e atiçar diferenças que parecem orgânicas, por outro. Isso é muito explorado nas notícias esportivas, a necessidade de criar drama, paixão, sentimentos, ou seja, apelar à emocionalidade, e fazer de um evento esportivo um espetáculo da vida. AE: Você acha que noticiar o confronto com os “hermanos” no campo dos esportes é permitido, ou seja, é aceito demonstrar o sentimento e criar estereótipos? Por isso trazer vários assuntos para o viés do futebol, como vez a Carta Capital em uma matéria sobre o novo papa? http://www.cartacapital.com.br/internacional/o-novo-papa-a-rivalidade-e-o-futebol/

IB: Não é que seja ou não permitido, mas é uma saída mais fácil em qualquer notícia que envolva o contato entre os Estados brasileiro e argentino – inclusive quando ele nem acontece, como no caso da notícia relacionada. O que virou notícia aí é a rivalidade entre as duas populações, como um desdobramento de uma hipotética disputa entre os dois países. Concordemos ou não com esses estereótipos, é claro que essa situação tem uma relevância, visto que houve uma reação na internet dos brasileiros pela escolha do papa argentino, o que é expressado midiaticamente pela explosão de piadas e referências ao acontecimento. Da forma como o jornalismo é estruturado na contemporaneidade, isso acontece demais – o que demanda uma reflexão acerca do papel da profissão no meio social, com certeza.

AE: Embora o futebol sul americano possui as mesmas características, existe essa grande rivalidade entre o Brasil e a Argentina. Como os “hermanos” veem o futebol brasileiro?

IB: Não posso afirmar nada sobre a questão que tenha algum valor “científico”, pois não disponho de conhecimento sobre o assunto nesse nível. Porém, na esfera social comum – ou seja, nas conversas com amigos, lá e aqui, e interações que tive nas vezes em que visitei o país – o que posso dizer é que é uma relação diferente a que os argentinos têm com o futebol do que os brasileiros. Posso até dizer que acho que os argentinos gostam mais de futebol que nós… de qualquer forma, eles parecem nos admirar o mesmo tanto que nós os admiramos, mas talvez eles tenham menos receio de expor isso. Aqui, creio que a rivalidade futebolística entre os países é levada “mais a sério”… mas são só impressões pessoais, como disse.

AE: Você considera essa rivalidade irreversível?

IB: Não dá pra dizer que isso será sempre assim, mesmo porque esse é um reflexo, de certa forma, das relações históricas entre os dois grupos nacionais. No campo esportivo, é uma muleta do jornalismo, como te disse. Mas, se expandirmos o espaço de consideração, essa rivalidade tem que ser deixada nos campos e nas páginas de jornais ou nas bobagens narradas pelo Galvão Bueno, por exemplo, pois ela é extremamente negativa para o desenvolvimento dos dois países. A nós cabe deixar um pouco de lado essa disputa folclórica de lado e estimular a integração, vital para o destino do país e da América Latina como um todo

AE: Acredita que esse impasse poderia, de alguma forma, prejudicar as relações diplomáticas?

IB: Como afirmei antes, essa é uma forma de conhecimento sobre o outro, e tem consequências que não podem ser medidas “objetivamente”, mas que, com certeza, causam alguma forma de resistência acerca do outro. É comum vermos na mídia afirmações como as de que, em discussões entre os dois governos, os argentinos “agiram como sempre”, ou “mostraram sua inveja do Brasil”, coisas do tipo. É inegável que tudo isso constitui uma estrutura de saber sobre o outro – por mais que esse saber seja enviesado, ou, pra ser mais claro, estereotipado. O senso comum deve ser superado para analisarmos melhor as relações diplomáticas entre Argentina e Brasil – e como as relações internacionais não são um universo à parte, o jornalismo possui grande papel na operação de conhecer o outro. Aí está uma das dificuldades.

Entrevista completa com professor Osvaldo Fanjul:

Sarah Gonçalves: Qual é o desempenho da atual seleção de futebol da Argentina?

Osvaldo Fanjul: A Seleção Argentina está realizando um grande trabalho nas eliminatórias para a Copa de 2014. O time está crescendo, amadurecendo e isso é tarefa fundamental para o desenvolvimento da equipe de treinamento de Alejandro Sabella. O treinador deu tranquilidade ao grupo, fez-lhe compreender que, além do desempenho individual o que importa é o jogo de equipe, e pela primeira vez em muito tempo um treinador soube proporcionar as melhores condições para Messi para que ele jogasse assim como faz no Barcelona..

SG: Quais são as semelhanças e diferenças entre a seleção atual da Argentina e Brasil?

OF: A semelhança que pode ser encontrada é que as duas equipes são uma potência mundial, eles estão sempre entre os melhores. As diferenças são visíveis também. O Brasil não tem que pensar em uma classificação, porque vai ser local na Copa e assim só pensar em encontrar a melhor equipe. A Argentina, que anda em bom momento, precisa qualificar e montar a equipe. O Brasil tem a vantagem de jogar em casa e ter Luis Scolari como técnico , já a Argentina tem um trabalho mais longo com o treinador e um grupo de jogadores.

SG: Por que Argentina e Brasil têm tanta rivalidade no campo? Você acha que a imprensa reforça esta rivalidade?

OF: O tema da rivalidade não é novo, mas recorrente entre as duas seleções há muito tempo. São dois países que são referências futebolísticas do mundo e há sempre a competição de quem é melhor que o outro, qual é o melhor jogador, Messi ou Neymar, Pelé ou Maradona, e assim é seguem. Tanto é assim que se refletiu até mesmo na reunião da Presidente do Brasil, com o Papa Francisco. Ela disse recentemente que “o Papa é argentino, mas Deus é brasileiro”. Essa declaração marca a rivalidade. A mídia também influência diretamente, porque sempre está comparando um ao outro.

SG: O que significa para os argentinos uma partida contra o Brasil?

OF: Uma partida contra o Brasil é algo especial para Argentina, e acho que também para os brasileiros, como pode significar contra os uruguaios, italianos ou de qualquer potência mundial. É um clássico e há sempre a necessidade de vencer esses jogos.

SG: Em uma publicação da revista brasileira Veja um jornalista disse que: “ Todos os brasileiros que gostam de futebol odeiam perder para Argentina. E vice versa.” Os argentinos enfrentam a disputa da mesma forma?

OF: Aqui acontece a mesma coisa. São partidos que não podem perder, há muito em jogo e são apenas pontos, mas o orgulho que está em jogo, a satisfação de seus rivais batendo e isso não acontece apenas aos fãs, mas também na imprensa, em jogadores e treinadores.

SG: Você vê essa rivalidade esportiva como um dano?

OF: A rivalidade não é prejudicial se for apenas no contexto do esportivo. Além disso, eu acho que é bom ter essa “rivalidade”, mas desde que não passe de campo e não tenha violência como muitas vezes acontece, como foi o caso da última final da Copa Sul-Americana, entre San Pablo e Tigre. Que se é positivo e faz grande dano ao espírito do futebol em si. A rivalidade é bem compreendida quando começa e termina em campo, em 90 minutos, onde você deve fazer o seu melhor para vencer, mas nada mais. O outro tipo de rivalidade não se justifica.

Veja também as respostas em espanhol

Osvaldo Fanjul: La Selección Argentina está realizando un gran trabajo en las Eliminatorias para Brasil 2014. El equipo está creciendo, madurando y en eso es fundamental la tarea que viene desarrollando el cuerpo técnico de Alejandro SAbella. El entrenador le dio tranquilidad al grupo, le hizo entender que más allá del rendimiento individual lo que importa es el juego en equipo, y por primera vez en mucho tiempo un técnico del seleccionado supo brindarle a Messi las mejores condiciones para que pueda rendir como lo hace en Barcelona.

Osvaldo Fanjul: LAs similitudes que se pueden encontrar es que las dos selecciones son una potencia mundial, que siempre están entre los mejores. Las diferencias son notorias también. BRasil no tiene que pensar en una clasificación, porque será local en la Copa y sólo tiene que pensar en encontrar el mejor equipo. Argentina, que marcha por buen camino, tiene que lograr la clasificación y armar el equipo. Brasil tiene la ventaja de la localía y Argentina que lleva más tiempo de trabajo con un entrenador y un grupo de jugadores, que el scrach con la nueva conducción de Luis Scolari.

Osvaldo Fanjul: El tema de la rivalidad no es nuevo, sino que viene con el tiempo. SOn dos de los países con más raíces futboleras del mundo y siempre está la competencia de quien es mejor que el otro, quién tiene al mejor jugador si Messi o Neymar, si Pelé o Maradona y así será tiempo. Tanto es así que se vio reflejado hasta en el encuentro de la presidenta del Brasil con el Papa Francisco recientemente, que la mandataria le dijo “el Papa es argentino, pero Dios es brasileño”. En esa declaración está marcada la rivalidad. La prensa influye también en potenciar eso, porque siempre se está comparando a uno con el otro.

Osvaldo Fanjul: Un partido con Brasil para los argentinos es algo especial, como creo que también lo es para los brasileños jugar contra Argentina, como también lo puede siginificar frente a los uruguayos, italianos o cualquier potencia mundial. Es un clásico y siempre está la necesidad de ganar esos partidos. No son un partido más y la prueba está en que en el último partido amistoso que jugaron ganó Argentina y la COpa quedó para Brasil en los penales, pero esa derrota le costó perder el puesto al DT brasileño, que venía muy cuestionado.

Osvaldo Fanjul: Si pasa lo mismo. SOn partidos que no se pueden perder, hay muchas cosas en juego y no sólo los puntos, sino está en juego el orgullo, la satisfacción de ganarle al clásico rival y en eso no sólo pasa en los hinchas, sino también en la prensa, en los jugadores y en los entrenadores. Son partidos que no se pueden perder.

Osvaldo Fanjul: La rivalidad no es dañina si queda sólo en el marco de lo deportivo. Es más creo que es buena esa “rivalidad”, pero siempre y cuando no pase al terreno de la violencia como sucede muchas veces, y uno de los últimos ejemplos de lo que está mal es lo que ocurrió en la última final de la COpa Sudamericana entre SAn Pablo y TIgre. Eso si no es positivo y le hace mucho daño al espíritu del fútbol en si. La rivalidad bien entendida tiene que empezar y terminar en el terreno de juego, en 90 minutos, dónde hay que hacer lo mejor para ganar, pero nada más. Lo otro no se justifica.

Leia o depoimento de Marina Wechsler, argentina de 22 anos e torcedora do River Plate –CARP, acerca do assunto:

Sarah Gonçalves: Como você vê o desempenho da seleção da Argentina?

Marina Wechsler: O desempenho dessa seleção tem sido muito bom, o time conta com grandes nomes do futebol internacional. O treinador atual vem unindo as individualidades para formar um grupo. No entanto se eu fosse dar uma nota de 0 a 10 daria 8.

SG: Qual é a diferença da seleção brasileira e argentina?

MW: A seleção brasileira tem mais jovens, é uma equipe mais veloz e instintiva. Já a argentina tem um time de jogadores não tão velozes, mas que fazem um jogo por meio de estratégias e mais racional.

SG: Qual o motivo da rivalidade da Argentina e Brasil? Você acha que a imprensa reforça essa disputa?

MW: Os dois países são as maiores potencias da América Latina, eles carregam pra dentro do campo uma disputa histórica e socioeconômica que se reflete na partida. Um jogo contra o Brasil não é a mesma coisa do que um jogo contra o Peru ou Colômbia, é um partida entre duas grandes equipes que jogam muito bem. Acredito essa situação é cada vez mais reforçada pelos jornais. Recentemente todos os jornais argentinos publicaram a fala da presidente brasileira sobre o novo papa: O papa é argentino, mas Deus é brasileiro. Isso reforça cada vez mais a disputa.

SG: Você acredita que a rivalidade entre os dois países pode ser um dano?

MW: Acredito que não, porque é um rivalidade que fica só no campo na hora do jogo depois é só alegria.