Por Lidiane Andrade
Kako Nabuco e Vânia Amaral, personagens do Perfil da edição nº 4 da Revista Curinga, são amantes, artistas, companheiros, pais e moradores de Ouro Preto. Formam um casal irreverente, que se conheceu em um dia e se casou no outro. Há quase trinta anos juntos, têm na sabedoria oriental a base para alguns de seus hábitos cotidianos. Materializando a qualidade de vida que sintoniza essa união estão os sabores da culinária e a criatividade da pintura.
Culinária
Para Vânia, a culinária é uma linguagem que permite a singularidade de cada um. É uma linguagem do afeto, que desperta, entre o fazer e o comer, um aspecto lúdico e sensorial. Compreende a comida como arte e como possibilidade de cura.
Apaixonada pelo ofício, encontra no Yakuzen (dieta chinesa medicinal) uma de suas inspirações na cozinha. Abusa das cores dos alimentos nos pratos que dialogam com o ambiente, o clima, as estações, com a vida.
Sumi-ê
A pintura Sumi-ê, praticada por Kako, insere-se na milenar cultura chinesa e estabelece um elo entre a criatividade e o silêncio. Ela utiliza-se de poucos elementos para produzir o essencial. Cria um universo infinito de possibilidades imagéticas desde a partir da simplicidade dos traços.
Feita em papel artesanal à base de arroz, com pincéis de bambu e tintas orgânicas, é capaz de transmitir ao mesmo tempo a força da energia corporal e a delicada expressão do belo.
Para o artista, a técnica transcende a arte – é uma filosofia. A prática envolve não só a habilidade para a pintura, mas representa a união entre a mente, o coração e a mão do artista, promovendo a reflexão. Envolve o corpo, trabalha com a totalidade do Ser.