Cartas para quem amamos

por João Vitor Marcondes

por João Vitor Marcondes

O amor segue presente em nossa sociedade e as ferramentas sofrem transformações. As pessoas começam com a oralidade, conversas e até mesmo relações arranjadas por familiares – ato muito comum antigamente. Cartas, telefone, e-mail, até os aplicativos de hoje em dia. O sentimento permanece vivo e os meios para se relacionar sofrem alterações devido ao tempo, temática da edição número 18 da Revista Curinga.

Muito além dos relacionamentos amorosos, amigos usufruem das novas tecnologias para extinguir as barreiras das pessoas que amam. E das tecnologias clássicas também. É o caso de Mariana Borba, graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto em 2014. Ela afirmou que, apesar dos aplicativos de mensagens instantâneas e novas tecnologias, opta por cartas para conversar com colegas de faculdade.

“Não saberia dizer ao certo do começo desse interesse, mas lembro que na escola já fazíamos e entregávamos pessoalmente em algumas datas específicas. Desde que algumas pessoas foram embora da minha cidade, tentei manter esse contato. E por incrível que pareça foi na faculdade que fiz isso com mais frequência. A UFOP reúne pessoas de muitos lugares distantes, e nas férias receber e enviar essas cartas nos aliviava muito. Sou da época em que ficávamos três meses de férias, era uma eternidade, e mesmo com celular, Facebook, ou qualquer outra ferramenta, a carta se torna muito especial”.

Arte: Letícia Cristiele

Mariana afirma que os destinatários são de Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Após a faculdade, ela retornou para o Espirito Santo e a carta se tornou-se apropriada para encurtar as distâncias. “A carta se torna “a contramão do acelerador”, nesses dias corridos. Sentar por uma hora, que seja, escrever em um papel e passar a limpo, é a prova que a pessoa que recebe a carta vale a pena. Ela é importante, ela merece isso. Por isso gosto desse hábito e pratico, quando eu entrego uma carta a alguém, entrego carinho, pedaço de alma”, concluiu.

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Esta é mais uma história que prova que o tempo ainda não conseguiu extinguir as velhas maneiras de nos comunicarmos. A edição número 18 da Revista Curinga está repleta de casos marcados pelo rugir dos relógios. Confira histórias de como os relacionamentos podem mudar (ou não) com o passar dos anos, enquanto você aguarda o tempo galgar, em algum lugar do mundo.