Patrus Ananias fala sobre a política nacional

Por : Jessica Michellin e Maysa Souza

 

Casos de corrupção estão cada vez mais vindo à tona na mídia. Um exemplo claro foi o julgamento do Mensalão, que terminou com a condenação de 25 acusados, e atraiu a atenção de inúmeros jornais nacionais e internacionais. Nessa entrevista, Patrus conta o que achou do episódio.

Revista Curinga: As denúncias de corrupção entre políticos têm ganhado as manchetes de importantes veículos de comunicação.  O senhor acredita que isso se deve a uma maior vigilância da Justiça, meios de comunicação e população?

Patrus Ananias: Nós temos que partir por esses dados. Lula fez uma revolução dentro da Polícia Federal (PF), investindo, abrindo concursos e melhorando o salário. E fez a mesma coisa com o Ministério Público. Além disso, implantou a Controladoria Geral da União (CGU) e manteve total respeito com a liberdade de imprensa.  E hoje as denúncias estão ficando mais claras.

Agora, em relação ao Poder Judiciário, não acho que os avanços foram significativos.

Eu acho que temos que pensar seriamente numa reforma do poder judiciário brasileiro, que hoje está muito aquém das necessidades do país. O Sistema Judiciário só foi ágil pra julgar o chamado mensalão. Se fosse assim com todos os casos seria muito bom. Mas, infelizmente, a grande maioria dos processos que são levantados não são julgados com tanta agilidade. Um exemplo é o Mensalão Mineiro, em que o Eduardo Azeredo (PSDB-MG), um dos fundadores e atual presidente do PSDB nacional, foi acusado de peculato e lavagem de dinheiro na campanha para eleição ao governo de Minas Gerais, em 1998.

RC: Como jurista, o que o senhor achou do julgamento do mensalão?

PA: As pessoas estão dizendo que esse foi um julgamento histórico. Mas eu costumo dizer que esse é o julgamento que será julgado pela história. Depois, com as coisas mais frias, ele será objeto de estudo, de avaliação. E já tem surgidos muitas avaliações e críticas de pessoas que não são do PT, de jornalistas notáveis e de pessoas independentes.