Felipe Augusto Passos Macedo
2° período de Jornalismo da UFOP

Foto: Fórum das Letras – Reprodução

“Estamos em um momento extraordinário para a literatura de não-ficção e para o jornalismo”. Com esta frase, o editor Carlos Andreazza, da Editora Record, retratou um cenário abrangente e propício ao desenvolvimento no campo literário brasileiro, durante oficina oferecida em parceria com o Fórum das Letras de Ouro Preto na manhã desta quinta-feira (30).

Segundo Andreazza, o Brasil ainda é um país em obras, não só pela Copa do Mundo ou pelas Olimpíadas, mas porque está construindo sua tradição literária. Para ele, o país apresenta uma especulação literária pouco movimentada, com escassez de autores produzindo ficção. Porém, esse atual cenário de construção favorece o gênero inesgotável da reportagem, um elemento nobre. “Todos os fatos podem resultar em livros”, afirmou ele.

Que aspectos de um texto de jornal podem se transformar em livros?

A oficina refletiu a respeito das possibilidades de transposição do texto de jornal em literatura. O editor acredita que o campo jornalístico fornece um retrato minucioso do contexto em que foi escrito, alimentado de personagens incríveis, polêmicas e muitas dúvidas: “A reportagem é importante, pois levanta questões com traços característicos de seu tempo e se adéqua muito bem à literatura, na qual o tempo não é prioridade, caso os dados sejam bem elaborados”.

Finalizando, Carlos Andreazza defendeu o jornalismo literário como uma busca no passado para a reconstrução do presente, carregando traços de ficção e mesclando diferentes áreas para a formação de uma cultura mais interessada em questões literárias.

Kaio Barretto

Uma das primeiras conferências na programação do 9° Encontro Nacional de História da Mídia discutiu os impasses e perspectivas das redes sociais como ferramentas de difusão e ativismo político. A mesa “NINJA – Narrativas Integradas de Jornalismo e Ação” contou com a presença do professor de jornalismo da UFOP, Ricardo Augusto, de Ricardo Silva e Raíssa Galvão, representantes de mídia da Universidade Livre Fora do Eixo.

Foto: Kaio Barreto

Os participantes da mesa falaram sobre a quebra das barreiras entre o mundo off e on-line. Nas palavras de Raíssa Galvão, a internet tem o poder de “disseminar, complementar e potencializar ideias, possibilitando, assim, o nascimento de agentes de transformação. Há, no mundo on-line, uma expansão da mobilização de iniciativas do espaço físico e isso é uma grande plataforma para o ativismo político galgar cada vez mais força”.

Também foram debatidos, durante a conferência, os resultados de iniciativas como a página no Facebook “Ninja” e a experiência bem-sucedida de Ricardo Silva e Raíssa na construção de eventos parecidos com o festival “Existe Amor em SP” (https://www.facebook.com/ExisteAmorEmSp), que, assim como as outras iniciativas, não se dá somente pelo evento em si, mas pelos debates que são promovidos através da construção de uma narrativa de ativismo digital.

Para Marissa Santana, estudante da Universidade Federal do Tocantis (UFT), a conferência é muito importante por abrir um debate sobre como o ativismo digital pode ser usado para levar informações que algumas vezes não chegam ao público pelo jornalismo tradicional. “Foi super válida e importante a mesa para saber que tem gente que está fazendo algo mais, preocupados em mostrar algo mais do que a grande mídia mostra”, afirma Marissa.

A manhã do dia 30 de maio começou fria e nublada em Ouro Preto e, aos poucos, os participantes do 9o Encontro Nacional de História da Mídia começaram a chegar para o credenciamento. Confira algumas fotos:

Mayara, Danielle, Niedja estudantes de Serviço Social, e Aryanny, graduada em História, são de Recife. O grupo veio apresentar trabalhos nos GTs de História da Imprensa.

Graziele, doutoranda em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), veio apresentar uma análise das notícias que saíram em jornais no período da “Gangue da AIDS”. A estudante já tinha vindo a Ouro Preto em 2003, e fez observações sobre a cidade: “Não muda o jeito simples e hospitaleiro da cidade, além das pessoas bonitas e simpáticas”.

Ana Luiza de Oliveira, da UPOG, vai apresentar trabalho no GT de Mídia Digital.

Juliana, de Santa Catarina, vai apresentar trabalho no GT de Audiovisual. É sua primeira vez em Ouro Preto, e ela está gostando muito da experiência. Lucília, de Curitiba, vai apresentar um trabalho sobre mídia impressa – ela já conhecia Ouro Preto e fez questão de estar aqui exatamente para visitar a cidade.

Confira mais fotos em nossa página no Facebook: www.facebook.com/HistoriaDaMidia.

Para facilitar a locomoção dos congressistas do 9º Encontro Nacional de História da Mídia, o Sindicato dos Taxistas de Ouro Preto comunica aos participantes do evento a existência de transporte TÁXI LOTAÇÃO, que funciona da seguinte maneira:

• Faixa vermelha no pára-brisa do veículo faz o trajeto da Bauxita/UFOP, passando pelo Centro de Convenções, e vai até a Praça Tiradentes, de onde retorna, passando novamente pelo Centro de Convenções.
• Faixa verde no pára-brisa do veículo faz o mesmo trajeto até a Praça Tiradentes, podendo, se houver passageiro, ir até a Rodoviária. No retorno, também passa pelo Centro de Convenções.

Resumindo, até a Praça Tiradentes ou até o campus da UFOP no Morro do Cruzeiro, o trajeto é idêntico (Faixa Vermelha ou Verde). O evento está concentrado, em grande parte, no Centro de Artes e Convenções da UFOP.

O valor da tarifa do TÁXI LOTAÇÃO é de R$2,30, mesmo valor de tarifa dos ônibus interbairros, que fazem o mesmo trajeto.

Tendo em vista o padrão técnico utilizado pelo Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), os computadores que estarão disponíveis para os congressistas durante o Encontro Nacional de História da Mídia terão as seguintes características técnicas:

•  Processador: Intel Core 2 quad Q8200 2.33Ghz
• 4Gb de RAM
• Disco rígido 160Gb
• Sistema operacional Ubuntu 12.04 LTS
• Placa de vídeo dedicada Geforce 8400GT 512Mb

Caso os congressistas prefiram usar o sistema Windows, pedimos a gentileza de trazerem computador pessoal, que será facilmente conectado ao datashow.

As inscrições para o 9º Encontro Nacional de História da Mídia podem ser feitas até o próximo domingo, dia 19, aqui no site. É só preencher e enviar o formulário. A partir de segunda-feira, dia 20, não serão aceitas novas inscrições.

Mas para efetivar a inscrição, é preciso pagar a taxa, de acordo com a tabela.

A taxa pode ser paga até quarta-feira, dia 22. A partir do dia 23, não será aceito mais qualquer pagamento de inscrição. As instruções para o pagamento estão disponíveis aqui.

Para falar de Mídia e Direitos Humanos, o 9° Encontro Nacional de História da Mídia vai receber o jornalista e doutor em ciência politica Leonardo Sakamoto. Formado pela USP, seu currículo é de dar orgulho para a sociedade brasileira. Léo luta pelos direitos humanos, já cobriu conflitos armados e o desrespeito aos direitos humanos no Brasil, Timor Leste, Angola e Paquistão.

É fundador e coordenador da ONG Repórter Brasil, uma ONG que visa expor as injustiças e defender os direitos humanos. Sakamoto também tem um blog, onde expressa suas ideias, mostra sua alma justiceira e partilha com o mundo seu conhecimento. Vale a pena conferir: http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/.

Já recebeu vários prêmios, dentre eles o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos 2003, na categoria revista, pela reportagem Homens-Tatu no Sertão. Já foi professor de jornalismo na USP, e hoje em dia dá aulas de pós-graduação na PUC-SP.

A professora Ana Paula Damasceno Torres, da Faculdade Anhaguera de Belo Horizonte, vai ministrar um minicurso sobre o tema: Convergência de Mídias e Comunicação Organizacional

Segundo a professora, as constantes modificações enfrentadas na gestão das organizações no cenário mundial podem ser auxiliadas pelas mídias analógicas e digitais e oferecer às corporações um importante diferencial competitivo na gestão da informação e do conhecimento. A partir do trabalho realizado entre as mídias convergentes e com fontes de informação, gestão do conhecimento, ambiente corporativo e com as novas tecnologias da informação, as empresas podem reparar ruídos e gerar conhecimento, aumentando seu capital de comunicação, administrativo e seu poder competitivo.

A professora destaca que “existe um potencial mercado a ser atendido pelas empresas que perceberem a importância da utilização das mídias nas organizações no atual cenário mundial, em que as novas tecnologias avançam rapidamente e os recursos se tornam vastos e inovadores na criação de diferencial competitivo através da estratégica análise e veiculação das informações empresariais através da convergência das mídias. É notório que as mídias são uma realidade nas organizações que utilizam este recurso como estratégia de comunicação empresarial na gestão do conhecimento. Esta integração da informação, dos recursos tecnológicos, da comunicação e conseqüentemente do conhecimento nas organizações permite às empresas apresentarem-se como organizações com diferencial competitivo perante o mercado”.

Ana Paula Damasceno é jornalista, especialista em Marketing e mestranda em Sistemas de Informação e Gestão do Conhecimento. Tem experiência como gestora de comunicação, mídia e marketing, coordenadora de TV Universitária e coordenadora do curso de Comunicação Social da Faculdade Anhanguera de Belo Horizonte.  Tem experiência também como produtora, repórter e apresentadora de veículos de rádio, TV e jornal impresso. Possui conhecimento avançado em gestão de equipes, projetos de planejamento em comunicação, marketing e  para web, direção de programas audiovisuais e direção de edição de vídeo e experiência de mais de quinze anos em cargos acadêmicos, comunicação, mídia e marketing.

Kíria Ribeiro e Thainá Cunha
Curso de Jornalismo da UFOP

As sociedades musicais civis de Mariana carregam a tradição cultural da cidade e até hoje participam dos principais eventos do calendário municipal. Mas quem vê a banda tocar muitas vezes não imagina o trabalho feito até chegar ali e as dificuldades encontradas pelos participantes para a manutenção dessa tradição cultural.

Em Mariana, a Sociedade Musical União XV de Novembro foi fundada em 1901 pelo médico e professor Gomes Freire de Andrade. No início, a banda se dedicava a festas e ofícios estritamente religiosos, mas, aos poucos, os músicos aumentaram a frequência de suas apresentações em locais públicos.

Atualmente, a banda conta com 36 músicos efetivos e mais de 50 que colaboram com o projeto, no total. Em suas apresentações, a Sociedade mistura a tradição das músicas antigas, como o hino da cidade, a canções interpretadas por cantores atuais.

São ao todo 21 bandas civis em Mariana e Ouro Preto, que participam ativamente da vida urbana dessas localidades e se apresentam em diversos eventos dos calendários municipais. A tradição do período colonial influenciou a criação das bandas, onde suas apresentações eram exclusivamente religiosas e civis.

Situada no distrito de Passagem de Mariana, a banda São Sebastião tem sua história ligada ao trabalho na Mina de Ouro. De 1910 à década de 30, ficou conhecida como Banda Operária e atuou com a Junta Beneficente, que adquiriu os instrumentos e fundou a banda. Um dos músicos de renome que passou pela São Sebastião e ajudou a fundá-la foi o maestro João Cavalcante, fundador da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.

A banda São Sebastião conta com 42 músicos em suas apresentações, todos formados dentro da Sociedade. Segundo o maestro Daltro de Paula Novais, a São Sebastião começou com o intuito de formar músicos para manter as festas religiosas da época. Atualmente, a banda visa a formação social e a identidade musical de seus integrantes.

Além do entretenimento que proporcionam as sociedades civis carregam também o papel do resgate cultural presente em Mariana e da manutenção daquilo que a faz uma cidade histórica, barroca e recheada por patrimônios materiais e imateriais. Dessa forma, os moradores antigos da primeira vila de Minas Gerais podem reviver suas memórias ao ouvirem a banda tocar, e os novos conhecer essa cultura que ultrapassa gerações.