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História da comunicação ou história da mídia? Fronteiras conceituais e diferenças

 Marialva Carlos Barbosa

Pensar a história na sua relação com os meios de comunicação, estudando as práticas e processos midiáticos é, em linhas gerais, o que se pode denominar a história da mídia. Ainda que possa parecer que história da comunicação e história da mídia são sinônimas, suas fronteiras conceituais e suas diferenças de abordagem teórica e metodológica são extensas. Quando pensamentos em comunicação, estamos nos referindo a um conceito mais amplo que engloba relações as mais cotidianas e que permitem a troca interpessoal. Comunicação, considerada como produção de sentidos compartilhada socialmente, aproxima-se da linguagem. Assim, grosso modo, poderíamos, sob o nome de história da comunicação, englobar não apenas os processos de transformação e permanência dos meios de comunicaçÍ o propriamente ditos, mas também o estudo dos sistemas orais, da arquitetura, das cidades, da moda, na fronteira com uma história da cultura, como conceitua Raymond Williams e Robert Darnton.

Já uma história da mídia privilegiaria as tecnologias que se desenvolvem ao longo do tempo e ganha novos usos e sentidos em contextos históricos determinados. Mas a história da mídia não privilegia apenas os suportes ou produtos, trata-se, antes de mais nada, de pensar a ação humana, as formas de vida, as organizações específicas que dão sentido à existência e a transformam, nas quais se incluem com destaque as produções, as próteses que o próprio homem cria para tornar mais eficiente o gesto comunicacional. Nesse  sentido, a história da mídia seria uma sub disciplina da história da comunicação? A história da mídia seria uma história social, como conceituou Peter Burke e Asa Briggs ou uma história cultural? Responder a essa questão não é tarefa fácil e envolve toda uma di scussão sobre as abordagens conceituais e metodológicas desenvolvidas em torno da recuperação dos processos históricos envolvendo homens e meios de comunicação.