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Consumo, publicidade e público infantil são foco de minicurso no ENHM

Publicado em 1 junho, 2013, por em Notícias.

Fernanda Marques

Foto: Stênio Lima

A especialista em estudo da Sociologia do Consumo Viviane Dias Loyola ministrou, na tarde de sexta-feira, 31/5, o minicurso Reflexão sobre o tratamento dado pela mídia televisão ao público criança (6 a 10 anos): uma abordagem histórica, na nona edição do Encontro Nacional de História da Mídia.

A apresentação tratou do direcionamento da linguagem utilizada nas propagandas para crianças de 6 a 10 anos, além de contemplar temas como o merchandising utilizado em telenovelas e desenhos, o ponto de vista do emissor e estratégias das agências de propaganda nos programas infantis.

Viviane, que é professora nos cursos de Administração, Publicidade e Jornalismo na Universidade Fumec, em Belo Horizonte, faz parte de um grupo de pesquisa sobre o assunto desde 2008. Seu objetivo é, principalmente, abordar o potencial reconhecido pelas agências de publicidade que trabalham com o consumo infantil, que sabem que 80% das compras em família são decididas com a interação e palpite da criança.

Fazendo um paralelo entre o surgimento dos programas infantis nos 80 e suas consequências, a professora apresentou e analisou durante o minicurso a propaganda da antiga sandália Melissinha (confira o vídeo abaixo), em que a criança é tratada no anúncio como adulta, articulada, de opinião própria, caracterizando o consumo infantil como ativo e influenciador.

Já nos anos 90, o reconhecimento da legitimidade do discurso infantil e sua autonomia foram característicos das propagandas da época. Como exemplo, destaca-se o anúncio do chocolate Batom, da marca Garoto (veja o vídeo abaixo), que utiliza um discurso apelativo e imperativo na construção da publicidade.

Ana Cláudia Cardoso, aluna do sexto de período de Jornalismo da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e mãe de uma criança de 7 anos, ressaltou a importância do tema, afirmando que hoje em dia o conteúdo veiculado na televisão é repleto de publicidade, e que o papel dos pais é controlar e se assegurar do acesso que seus filhos têm a esse meio de comunicação.

A professora Viviane Loyola finalizou o minicurso afirmando que, atualmente, muitas dessas propagandas dos anos 80 e 90 seriam proibidas, porque hoje em dia o limite de uso do elemento criança é regulamentado pelo CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), que indica e recomenda que crianças não devem verbalizar em propagandas, principalmente por estas geralmente caracterizarem-se por serem abusivas e persuasivas.

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