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Venício Lima abre ENHM em conferência sobre fronteiras conceituais e diferenças

Publicado em 31 maio, 2013, por em Notícias.

Ana Elisa Siqueira

O pesquisador Venício Lima ministrou na noite de 30 de maio a conferência de abertura do 9o Encontro Nacional de História da Mídia, abordando a temática do evento “História da Comunicação ou História da Mídia? Fronteiras conceituais e diferenças”. O assunto não é especialidade do professor mas, segundo ele, o convite foi aceito como um desafio e uma oportunidade de retornar, após 50 anos, à cidade de Ouro Preto, onde viveu dos 12 aos 19 anos.

Maria Berenice e Venício Lima, em foto de Kaio Barreto

Para ele, as terminologias comunicação e mídia carregam consigo uma gama de sentidos, podendo ser usadas como palavras-chave. Venício citou Raymond Williams que, no livro “Palavras-chave”, define o termo como “um conjunto compartilhado de palavras e sentidos em nossas discussões mais gerais”. Venício completou: “Sobre o tema, deixarei uma provocação, no sentido da origem da palavra: provocare, ao invés de respostas”. Provocare vem do latim e significa desafiar, chamar a si.

O professor propôs um retorno ao ano de 1640 para análise de um trecho do Sermão do Rosário de Padre Antônio Vieira. Neste sermão, o Padre defende que o maior dos males do Brasil, na primeira metade do século XVII, era o povo não ter voz. Voltando ao século XXI, Venício citou a tese da comunicação dialógica de Paulo Freire, que diz que o diálogo abre as portas para a comunicação. Porém, segundo ele, até hoje o diálogo não existiria no Brasil, pois o povo carrega uma herança colonial da cultura do silêncio.

Citando Paulo Freire, Venício explicou que a cultura do silêncio nega a comunicação, portanto, não há liberdade de expressão. Para ele, essa liberdade é conseguida por meio da política e de mudanças sociais radicais. Ele defende a democratização do acesso ao debate público, uma comunicação plural e diversa.

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