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Desafio no desenvolvimento do Jornalismo como ciência

Publicado em 2 junho, 2013, por em Notícias.

Fernanda Marques

Elias Machado, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ministrou, no sábado (1/6), a conferência História do Ensino em Jornalismo e Comunicação: limitações e perspectivas, que tratou, principalmente, de um breve histórico sobre as pesquisas em comunicação e o crescimento dos cursos de jornalismo no Brasil.

Na conferência, que contou com a mediação de Adriana Bravin, professora do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), foram apresentadas as influências americanas sobre a formação do primeiro curso de jornalismo no Brasil, no ano de 1947. Nessa época, não se falava em comunicação, o curso era vinculado às áreas de Letras e Filosofia, formando, assim, jornalistas práticos. A falta de cátedra e a submissão dos professores de Jornalismo aos de cursos de Letras e Filosofia fizeram com que surgissem reivindicações e questionamentos acerca do modelo utilizado na época.

Foi na reforma de 1968 que as coisas mudaram. Neste ano, foram implementadas teorias e metodologias de ensino nos cursos de jornalismo, o que tornou fundamental o professor se preparar para ensinar. Além disso, nos anos seguintes, foram criados os cursos de graduação em Jornalismo e os cursos extraordinários para tornarem os professores doutores, aumentando, assim, a qualidade do ensino. Apesar das grandes mudanças na estruturação dos cursos de jornalismo nessa época, o que mais fez efeito foram as criações de entidades científicas, que visavam a legitimação da ciência estudada na graduação de um jornalista e que garantiam, também, maior apoio e influência governamental.

Com o objetivo de ampliar o poder político e a concretização dos cursos em relação às outras áreas de ensino, entre 1996 e meados de 2000 estabeleceram-se novas associações jornalísticas e criou-se o primeiro Programa de Pós-graduação na área de Jornalismo, na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Questionado sobre o reconhecimento dos cursos de humanas em relação ao programa brasileiro Ciências sem Fronteiras e pelo fato de o programa não englobar a área de comunicação e jornalismo nas suas seleções, Elias Machado ressaltou que a área de pesquisa da comunicação tem sido pouco articulada: “’O programa, que oferece bolsas de pesquisa para alunos de universidades federais do Brasil prevê que os cursos tenham interesse em inovações e isso não acontece na área de jornalismo no país. Os programas de mais sucesso na TV brasileira são meras consolidações que copiam modelos da TV internacional. É o caso do Big Brother ou do CQC’’, afirmou.

Para finalizar, o professor também destacou que as pesquisas em comunicação estão divorciadas do ensino e que as universidades brasileiras têm que atribuir aos seus graduandos em Jornalismo uma carga horária de estudo mais específica, dando oportunidade aos estudantes para que tenham mais tempo pra desenvolver a prática de pesquisador.

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