Posted by admin On abril - 14 - 2013

Por Adriel Campos, Bruna Alves e Juliana Melo

 

A Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI) está fundamentada na promoção e fortalecimento de um diálogo profissional e ético entre as redações, associações da imprensa, faculdades de comunicação, poderes públicos, organismos internacionais, setor privado e sociedade civil, tendo como base os princípios da mídia para o desenvolvimento. O que torna a comunicação um elemento estratégico para a consolidação dos sistemas democráticos, para a garantia dos direitos humanos e para a promoção do desenvolvimento inclusivo e sustentável.

Optamos por analisar sob os parâmetros da ANDI, a cobertura ambiental do Jornal Ponto Final, da cidade de Mariana, Minas Gerais. O jornal possui tiragem semanal de 3.000 exemplares e circula nas cidades mineiras de Mariana, Ouro Preto, Catas Altas, Itabirito, Acaiaca, Barra Longa e Diogo de Vasconcelos. As edições escolhidas pelo grupo são as de número: 880, 883, 885, 886, 888. O jornal tem seu preço de custo de um real e ao todo possui 12 páginas coloridas, sendo sua maioria com publicidade. Vamos analisar a questões ambientais discutidas no veículo tendo como base para o trabalho os paramentos utilizados pela ANDI para avaliar a questões de Sustentabilidade.

Parâmetros da Andi

Agendamento: o tema precisa ser agendado de forma prioritária entre a população em geral, mas, sobretudo, entre os chamados tomadores de decisão e formadores de opinião.

Enquadramento: não basta agendar o assunto, também é fundamental avaliar como é abordado.

Informação contextualizada: o assunto precisa ser tratado de maneira contextualizada, com diversidade de pontos de vista e aprofundamento.

Função de fiscalizar (watchdog): a temática necessita ser alvo de políticas públicas monitoradas pelos atores (imprensa e outras setores) que conformam o sistema de freios-e-contrapesos (peça fundamental para a boa governança e para a transparência nas sociedades democráticas). Espera-se que a imprensa atue como watchdog (termo também conhecido como “cão de guarda”) dos formuladores e executores de políticas públicas relacionadas à agenda climática, colaborando para elevar o nível de accountability dos mesmos.

  • Para a ANDI o tema ambiental se configura como uma questão da mais alta relevância para as sociedades contemporâneas. Por isso, é tema a ser agendado de forma prioritária entre a população em geral e entre os chamados tomadores de decisão e formadores de opinião. Dada a relevância da questão, a necessidade de produção e disseminação de “informação contextualizada” é requisito inadiável.

Análise da Edição 883, de 16 a 22 de fevereiro de 2013

A edição 883, de 16 a 22 de fevereiro de 2013, não possui nenhuma matéria sobre inclusão ou sustentabilidade. A edição, que contém 8 páginas, reservou 5 para cobertura do carnaval e 3 para as outras notícias.

 

Análise da Edição 884, de 23 de fevereiro a 1º de março de 2013

A edição 884, de 23 de fevereiro a 1º de março de 2013, apresenta uma matéria intitulada “Coleta de Lixo em Mariana ainda gera transtornos à população”. O foco da matéria não foi sustentabilidade, ficando na questão política envolvida no contrato com a empresa que fazia a coleta de lixo. As fontes usadas foram o ex e o atual prefeito, um morador e a empresa que era responsável pela coleta, porém suas falas foram todas relacionadas ao contrato não havendo em momento algum nada sobre meio ambiente. Apenas na fala inicial do morador, cadeirante, é citada a reclamação de que o lixo fica acumulado na rampa para deficientes físicos, o que atrapalha a acessibilidade. Mas a partir daí a matéria toda é construída em cima da questão política envolvida. A matéria da Coleta de lixo ocupa aproximadamente 30% da página.

 

Analise da Edição 885, que circulou entre os dias 2 a 8 de março de 2013

Nesta edição uma única matéria, publicada na editoria de Gerais, tratou do assunto. A notícia é sobre a instalação de uma fabrica de vassouras na cidade de Mariana e não possui foto. Nenhuma fonte aparece ao longo da informação. Um jornalismo de qualidade não pode ter por função apenas introduzir o tema na agenda. Só que com a notícia publicada nesta edição encontramos exatamente isso, a transmissão da informação sem ser adequadamente contextualizada.

O enquadramento do texto fala muito mais da intenção da prefeitura ao trazer a fábrica para o município do que dos benefícios que ela poderá trazer para o meio ambiente. Apesar do título da notícia ter certo destaque no alto da página sete dessa edição, o texto é pequeno e compartilha o espaço com o de outra matéria.

Devido ao baixo número de matérias com foco nas discussões ambientais publicadas nesta edição, percebemos que não há um agendamento para este assunto. Afinal agendar um tema, está diretamente relacionado há uma expressiva quantidade de reportagens sobre o mesmo tema.

 

Edição 886, que circulou entre os dias 9 a 16 de março de 2013

Novamente uma única matéria é publicada na editoria de Gerais do jornal sobre a questão ambiental. Desta vez a matéria é fruto de uma denúncia por parte de um morador da cidade de Mariana. A reportagem publicada no alto da página tem o título em destaque e uma fotografia ilustrando sobre o tema abordado.

Ao contrário da outra edição, desta vez várias fontes foram ouvidas, entre elas, o morador que realizou a denúncia e a Secretaria de Meio Ambiente. Mesmo com esse alto número de fontes, ponto que não é freqüente nas reportagens sobre este tema, o jornal não realizou seu papel de fiscal das políticas publicas. Pois as “várias” vozes, neste texto, foram lançadas sem mostrar a transparência dos fatos.

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